Patricia Bahr

Patricia Caroline Bahr, 43 anos, é jornalista e se descobriu atleticana nas arquibancadas do Pinheirão, no meio da torcida, quando pôde sentir o que era o Atlético através dos gritos dos torcedores, que no berro fazem do Furacão o melhor time do mundo. Foi colunista da Furacao.com entre 2002 e 2010.

 

 

Vadão, o retorno

23/07/2006


Não me iludo. Apesar de considerar necessária a substituição no comando-técnico do Atlético (principalmente pelo que Givanildo não fez quando ocupava o cargo), sei que o nome de Oswaldo Alvarez está longe de podermos considerar um “salvador da pátria atleticana”. Isso não por causa de Vadão, mas por culpa do próprio Atlético. Pouco adianta mudar o nome do treinador, sem lhe dar material humano para trabalhar. E é disso o que o Atlético está mais carente nesta temporada: talento, habilidade, competência.

Vadão chega a Curitiba para a sua terceira passagem no comando do Furacão. A favor dele justamente esse conhecimento anterior de como é o Atlético, a torcida atleticana e os métodos de trabalho do clube. Digamos que ele não é mais um novato em matéria de Atlético e veio para cá sem ilusões, sabendo exatamente o que a diretoria dele espera – e a torcida também.

Resta sabermos qual dos dois Vadão teremos este ano no comando do time: o espetacular da temporada 1999-2000, quando conquistou a Seletiva, fez uma campanha sensacional na Libertadores e foi campeão Paranaense em cima dos coxas; ou o muito longe das expectativas de todos os atleticanos, com uma campanha fraquíssima em 2003.

A esperança, é claro, é que ele repita o sucesso de sua primeira passagem. Sem deixar de lembrar que, naquela oportunidade, ele tinha um time espetacular em mãos, com Kelly, Adriano, Lucas e Kleber fazendo o quadrado ofensivo, além de nomes como Flávio, Reginaldo, Gustavo e Marcus Vinícius compondo o sistema defensivo. Um senhor time, que deu muitas alegrais à torcida atleticana.

Se comparações muitas vezes são injustas, elas se fazem necessárias neste momento. Numa análise simples e primária, Vadão parece ser melhor para o Atlético do que Givanildo. Pelo menos esperamos que ele, com menos tempo de trabalho, instale um padrão de jogo no time, saiba explorar o melhor de cada peça que tem em mãos, ensaie algumas jogadas (seja de bola parada ou de bola em jogo)... Parece brincadeira, mas o trabalho no time vai ter que começar do zero, passados sete meses do ano em que íamos priorizar o futebol.

Vadão, sozinho, nunca será salvador de ninguém. Resta, agora, a diretoria ajudar a salvá-lo, contratando jogadores para serem titular deste time, que precisa se recuperar no Brasileiro e tem a obrigação de fazer uma boa campanha na Sul-Americana. Afinal, neste ano, íamos priorizar o futebol, não é mesmo?


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