Juliano Ribas

Juliano Ribas de Oliveira, 51 anos, é publicitário e Sócio Furacão. Foi colunista da Furacao.com entre 2004 e 2007 e depois entre março e junho de 2009.

 

 

Carências

17/07/2006


O Atlético não jogou mal ontem. Teve mais chances de vencer do que o time das vilas, e... perdeu. O nosso time não é essa desgraça como muitos pintam, mas está longe de ser uma grande equipe. Nosso time é carente.

Nós estávamos sempre acostumados a ter grandes atacantes, duplas de ataque mortais, mas já estamos chegando em agosto e não temos em quem confiar para empurrar a esfera para dentro do gol. O Denis Marques até que foi bem, mas não teve com quem jogar, além de perder um gol feito. O Pedro Oldoni tem tropeçado na bola em muitos momentos. O Neto Baiano até agora mostrou foi raça, apenas. E não acho que a solução esteja em Willian, Jonatas e outros. Falta aquele atacante iluminado, que mete uns gols que ninguém imaginava, falta o imprevisível.

O Atlético perdeu um jogo que poderia muito bem ter ganho. E nessas horas não dá para culpar o técnico. Quem sabe, apenas culpá-lo de estar carregado de catiça, uruca. O nosso gol ontem veio do lance mais improvável; de onde deveria vir, não veio. O ataque está muito carente, apesar de ter vários jogadores no elenco para esta posição. As apostas não deram certo. Nunca fui contra fazer apostas, foi assim que apareceram jogadores como Oséas, Kléber, Lucas e outros. Mas está claro que as apostas não estão correspondendo. Quando isso acontece, o único jeito é fazer uma correção de rota, do jeito mais caro, infelizmente, buscando alguém que tenha mais chance comprovada de resolver. Está na hora de trazer gente pra chegar e vestir a camisa.

Além de um atacante, mais um reforço para o meio e outro para a zaga devem deixar o time mais competitivo. Não é com o Givanildo berrando na área técnica que o time irá melhorar. Essa é uma daquelas coisas que de repente viram verdade e todo mundo aceita: que o time não está indo bem porque o técnico não dá uns pererecos e nem grita bastante ao lado do campo. Não é nada disso. É preciso suprir as carências o quanto antes. Tirar o técnico, apesar de eu achar que o Giva não tem mais clima para continuar, é achar um bode expiatório, já que ele está lidando com um elenco carente. Não é fraco, mas carente. Precisa de reforços urgentes em alguns setores.

Foi bom ver o Jancarlos jogando bem, já que a gente sabe da qualidade dele. Ferreira também fez uma grande partida e se não fosse a falta de qualidade do Moreno, mais jogadas poderiam ter saído pelo lado esquerdo. Alan mostrou um bom futebol, bem como o Erandir. O Evandro precisa ser menos omisso, já que tem muita capacidade. E o Válber sempre entra bem no jogo. Não podemos espinafrar todo mundo agora. A apatia do jogo contra o Fortaleza não foi recorrente. Os caras lutaram e jogaram com raça. Não falou atitude. Temos que reconhecer o que falta ao time, de verdade, que é qualidade em alguns setores. Mantenho minha confiança na diretoria, continuo a acreditar que nossas carências serão sanadas.

Crise em um time grande como o Atlético sempre é difícil. Quanto mais o clube cresce, maiores as proporções que as coisas tomam, para o bem e para o mal. Assim como nossas conquistas são maiores, nossas crises também ganham maiores proporções, mesmo sendo menores que outras crises do passado. Mas não acho que é hora para alarmismo e degolas. Ninguém está satisfeito com o time, lógico, mas ainda podemos arrumar a casa. A gente não precisa de uma revolução neste momento. A gente precisa de calma, serenidade e trabalho para suprir as carências. Porque, quem está carente, verdadeiramente, é a gigantesca e fanática torcida atleticana.


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