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Marcel Costa
Marcel Ferreira da Costa, 45 anos, é advogado por vocação e atleticano por convicção. Freqüenta estádios, não só em Curitiba, quase sempre acompanhado de seu pai, outro fanático rubro-negro. Foi colunista da Furacao.com entre 2005 e 2008.
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Time ou comédia?
13/07/2006
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Em Junho, durante a Copa do Mundo, acompanhado de quatro amigos estive em Joinville assistindo ao primeiro jogo da Seletiva Catarinense para a Copa do Brasil 2007. Era uma disputa contra o Avaí por uma vaga no torneio nacional do próximo ano. Naquele dia, na bela Arena local, o JEC venceu, mas na semana seguinte perdeu dois jogos consecutivos e foi eliminado. Isso pouco ou nada importa para nós atleticanos, mas aproveito um acontecimento daquela tarde em Santa Catarina para escrever esta coluna.
Antes do início do jogo resolvemos assistir a México e Argentina em uma pizzaria ao lado da Arena Joinville. Após algumas cervejas e várias brincadeiras, o garçom do bar já virara amigo e ganhara o apelido de Robinho, devido à semelhança física com o jogador do Real Madrid. Nisso, um dos amigos, subiu a barra da calça e ajeitou uma joelheira que fora obrigado a usar devido a uma ruptura no ligamento colateral do seu joelho direito. Neste momento, Robinho perguntou a ele se era jogador ou comédia, devido a parafernália usada no joelho. O pessoal gostou e logo repassou àqueles que ficaram em Curitiba. A cada jogo do Espadachim Café, nosso time de futebol, após um lance mal executado, surge a pergunta: “você é jogador ou é comédia?”.
Ontem, na Kyocera Arena, tive esta indagação diversas vezes. Em várias situações me perguntei se aqueles 21 atletas em campo (com exceção do sempre brilhante goleiro Cleber) eram jogadores ou comédia. A fragilidade do Atlético me espanta e preocupa. Jogando em casa, com boa presença de público, um jogador a mais e uma penalidade achada no final do jogo não conseguimos marcar um mísero gol que valeria três pontos, contra um rival direto na luta pelo rebaixamento.
A culpa é de quem? Dos jogadores que são fracos? Do treinador que é apático e demasiadamente conformado? Da diretoria que negocia muito bem nossos atletas, mas não consegue repor com a qualidade necessária? Não sei dizer, mas acho que todos têm sua parcela de responsabilidade. O que não podemos aceitar é que tudo continue deste jeito. Chegou a hora de alguém tomar as rédeas, assumir a responsabilidade e salvar o Atlético do inferno da segunda divisão. Faltam 27 jogos para o final do campeonato e a diferença para o próprio Fortaleza, o primeiro entre os rebaixados, é de apenas três pontos.
O treinador Givanildo de Oliveira pode ser trabalhador, esforçado, uma boa pessoa, mas definitivamente não tem o perfil para comandar o Atlético. Seu estilo passivo não combina com a história atleticana de sucesso com treinadores mais ativos e participativos durante os jogos. Além da nítida necessidade de substituir o técnico, acho necessário reforçar. Os recém contratados César e Michel são, na teoria, bons reforços, mas o elenco ainda está carente de meias e atacantes mais qualificados. A diretoria atleticana pode resolver estes problemas e é a única que tem meios para mudar o rumo que estamos tomando. Agora, as atitudes são de caráter emergencial, antes que a água comece a bater no pescoço e seja tarde demais para salvar o clube do rebaixamento.
Por enquanto, a resposta, infelizmente, é a seguinte: “este time é uma comédia!”.
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