Juarez Villela Filho

Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.

 

 

Banalização

04/07/2006


Basta dar uns dois, três dribles que o cara é craque. Acabei de me lembrar do 1º gol do Fernandinho pelo profissional do Atlético, foi na goleada por 5 X 2 sobre o Criciúma pelo Brasileiro de 2003. Driblou o primeiro, o segundo, jogo de corpo e um belo chute cruzado da entrada da pequena área. Para José Trajano, então comentarista do Cartão Verde da Tv Cultura, um gol “a la Zidane”. Pronto, nascia assim mais um craque.

Sem qualquer demérito ao belo gol e à excelência do futebol do garoto, mas Fernandinho ainda tinha, como tem até hoje, que comer muito feijão para ser chamado craque. Mas para a imprensa, sempre ávida por novidades, notícias, fatos e principalmente factóides, já basta. A mesma imprensa que cobra excessivamente depois, quando sua bola de cristal não funciona.

A mesma imprensa que criou o quadrado mágico. Sabem quanto jogaram juntos os quatro fantásticos? Alguns minutos em duas partidas das eliminatórias. Na Copa América de 2004, jogamos com um time considerado reserva, tanto é que dos titulares daquela final, apenas Juan e Adriano iniciaram essa Copa do Mundo. E na Copa das Confederações ano passado, Ronaldo sequer foi convocado. Criaram um monstro e cobraram de Parreira sua paternidade!

Ronaldinho e Kaká terão ainda muito provavelmente, outra chance de serem campeões do mundo, liderando jovens valores para a próxima Copa. Temos por cima, Gomes, Julio César, Cicinho, Rafael Sóbis, Fred, Robinho, Nilmar, quem sabe Paulo André, quem sabe Dagoberto e Lenny para voltarmos a brilhar frente as maiores potências do futebol.

São excelentes jogadores, sem sombra de dúvidas, mas ainda não estão aos pés do que Ronaldo já foi, sendo esteio do time vice-campeão de 98, estrela máxima e artilheiro de 2002 e nosso jogador mais decisivo, mesmo mal fisicamente, este ano.

Craque se mostra na hora decisiva, na hora de pedir a bola, mesmo marcado e ir pra cima. Craque sente sim o peso de uma partida decisiva, ele cresce nessas horas.

Que tenha servido a lição, que não se banalize, não se vulgarize o termo craque. Craque decide. Craque, na minha modesta opinião, é Zidane!


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