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Patricia Bahr
Patricia Caroline Bahr, 43 anos, é jornalista e se descobriu atleticana nas arquibancadas do Pinheirão, no meio da torcida, quando pôde sentir o que era o Atlético através dos gritos dos torcedores, que no berro fazem do Furacão o melhor time do mundo. Foi colunista da Furacao.com entre 2002 e 2010.
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Que código é esse?
19/06/2006
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Cada vez que vejo a cobertura da imprensa sobre a Seleção Brasileira na Alemanha, mais me convenço do quão rigoroso é o “manual de comportamento dos jornalistas” imposto pelo Atlético. Se ligarmos a TV em um dos canais do Sportv, por exemplo, podemos acompanhar ao vivo os treinamentos da seleção comandada por Carlos Alberto Parreira. Em tempo real, via satélite, fazendo de conta que estamos lá na terra da Copa.
Na Seleção Brasileira, o manual de comportamento da imprensa segue os padrões da Fifa. De acordo com a “cartilha”, os jornalistas podem acompanhar diariamente os treinamentos, nas tribunas de imprensa. Fotógrafos e cinegrafistas podem fazer seus trabalhos no campo de treino. As entrevistas com os craques brasileiros também são permitidas diariamente, na zona mista (uma espécie de sala de imprensa), em horário pré-determinado. Além disso, é possível marcar entrevistas exclusivas com os jogadores, além das coletivas duas vezes por semana com o técnico Carlos Alberto Parreira. Tudo isso, repito, seguindo as determinações da Fifa para o trabalho da imprensa na competição futebolística mais importante do planeta.
Realidade totalmente diferente à encontrada no Atlético. Ao contrário dos trabalhos no Mundial da Alemanha, nunca podemos saber o que acontece nos treinamentos do Rubro-negro, porque eles são fechados para a imprensa, ficando as informações dos trabalhos diários à mercê da vontade do clube, com os boletins de treino – que muitas vezes não são nada explicativos. As entrevistas também são controladíssimas: apenas duas vezes por semana, com atletas determinados pela assessoria de imprensa do clube. Mais do que isso, apenas via site oficial.
Aliás, nos sites oficiais mais diferenças. Enquanto o bonito site oficial atleticano dá a cada dia que passa claros sinais de que pretende ser a única fonte de informações sobre o clube, o da CBF presta um serviço complementar à imprensa. Ou seja, traz uma proposta de auxiliar os jornalistas na cobertura, ajudando com informações de bastidores que eles não têm acesso.
Em matéria de tratamento com a imprensa, a CBF dá um banho no manual atleticano. O modelo aplicado pela seleção na Copa é um claro exemplo de que é possível organizar e disciplinar sem que para isso seja necessário censurar. E olha que não estamos falando de qualquer “timinho” por aí, em qualquer “competiçãozinha”. É simplesmente a melhor seleção do mundo, com os melhores jogadores do planeta, disputando a mais importante competição futebolística do mundo. E dando uma goleada no tratamento à imprensa comparado ao Atlético.
Se a diretoria rubro-negra sempre se orgulha em seguir os mais modernos padrões em administração esportiva, talvez seguir os critérios da Fifa, entidade máxima no futebol mundial, no “código de conduta dos jornalistas” seria um bom caminho. Afinal, é a imprensa que dia-a-dia alimenta a paixão do torcedor, seja na Copa do Mundo, no Brasileirão, no Paranaense, ou em qualquer outra competição que as cores da nossa paixão esteja disputando.
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