Rogério Andrade

Rogério Andrade, 52 anos, é administrador. Atleticano de "berço", considera a inauguração da Arena da Baixada como o momento mais marcante do Atlético, ao ver um sonho acalentado por tantos anos tornar-se realidade.

 

 

Mocinho não. Bandido.

07/06/2006


Era só o que me faltava, aliás, era só o que “nos” faltava. O garoto Dagoberto, um guri ainda imaturo, procurar respostas para a anulação das suas férias e procurar entender os motivos do recebimento pessoal da intimação para comparecimento ao CT.

Não senhor, de mocinho o garoto só tem mesmo a imaturidade, e olha lá, pois muitos mocinhos bons de bola espalhados por aí possuem muito mais responsabilidade do que muitos “velhacos.” E o tal do reconhecimento? Não existiu? E a torcida do Atlético, incansavelmente esperando ansiosa pela volta do ídolo (ex-ídolo?) atleticano? Foi simplesmente descartada, mais uma vez? E o respeito, onde se perdeu? No clube ou na Massa Sports?

A verdade é que ninguém assumiu o desejo de sair perdendo. Nenhum dos quatro. Nem clube, nem Dagoberto, nem Massa, e muito menos a apenas assistente torcida atleticana. Em 100% do seu direito, a diretoria atleticana executa com precisão as suas ações. Quando considero passível de críticas, sou o primeiro a fazê-las, mas no reconhecimento e na hora de se tirar o chapéu, também estou presente. Concordo e sou a favor das mais duras atitudes por parte dos meios jurídicos do Clube Atlético Paranaense, o mesmo clube que deu a Dagoberto, todas as regalias de sua vida profissional. Não podemos, em hipótese alguma, admitir que o jogador, como um “cachorro magro”, apenas vire as costas e não seja homem o suficiente para erguer a cabeça e disparar um “muito obrigado”.

Não é apenas o clube que merece este reconhecimento. Nós, torcedores do Atlético, merecemos o “muito obrigado” do nada humilde Dagoberto, não apenas pelo que fizemos pelo profissional, mas pelo que representamos para o nosso Atlético. Eu, como milhares de irmãos atleticanos, não vou aceitar nunca que um jogador coloque em dúvida suas visitas ao departamento médico. Nunca! Algumas coisas são óbvias e se tornam muito evidentes quando sabemos da existência dos fatos. No primeiro jogo da semifinal do campeonato paranaense, Dagoberto treinou normalmente no CT. Treinou no time titular, no sábado, e acompanharia o elenco até Campo Mourão. Não o fez, porque não quis. Não teve o propósito de ajudar o Atlético, e se negou a entrar em campo. Isso é fato. Não há argumentos contrários a um fato. E assim como não o fez no campeonato paranaense, tudo nos leva a crer que não o fez dali para frente.

Que venham a público todas as partes, inclusive o Dagoberto, e esclareçam de uma vez por todas as dúvidas e os objetivos de cada parte. Que definam e nos abram o jogo, para que isso não vire um mundo turbulento de boatos e suspeitas. É o mínimo que todos podem fazer, principalmente Dagoberto. Mesmo assim, metade do seu prestígio já foi detonado perante à gigantesca nação atleticana. Dagoberto, mesmo que pise na grama da Baixada com a camisa atleticana, não será ovacionado como das outras vezes. Primeiro porque não há mais clima, segundo porque não merece. E devem ser escritos mil textos, inúmeras colunas, devem ser publicadas várias e várias reclamações com a indignação de todo o povo paranaense, para que definitivamente o jogador saiba da carga que vai carregar junto com ele, além da mágoa de toda a torcida atleticana. Tudo isso vai ser pouco para cobrar de Dagoberto uma fração do que ele poderia ter oferecido ao Atlético.

Se tivesse um mínimo de inteligência, poderia estar consagrado, poderia estar participando de uma campanha mais atraente e mais brilhante do Atlético. Dagoberto poderia ser um verdadeiro rei, como foi Washington, como foi Ricardo Pinto e como foi Caju. Tinha tudo para isso. Mas nos provou que não chega aos pés de nenhum deles, pois não tem no coração o que os outros tinham: “amor ao Atlético”. E assim sendo, que nos deixe, o mais breve possível. É a melhor jogada que ele pode oferecer a todo o povo atleticano.

Obrigado pelo que você não fez, Dagoberto!


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