Ricardo Campelo

Ricardo de Oliveira Campelo, 44 anos, é advogado e atleticano desde o parto. Tem uma família inteira apaixonada pelo Atlético. Considera o dia 23/12/2001 o mais feliz de sua vida. Foi colunista da Furacao.com entre 2001 e 2011.

 

 

O Diretor

01/06/2006


Segundo as últimas notícias, parece que finalmente o Atlético está para contratar um Diretor de Futebol, algo que eu e muitos atleticanos vimos cobrando há muito tempo. O nome mais cotado é de Marcos Moura Teixeira, bastante rodado por grandes equipes e também pela Seleção Brasileira.

Torço muito para que isto se confirme. Não que a contratação do Diretor (ou Supervisor) vá solucionar todos os problemas do Atlético. Mas pode ajudar muito. Nunca joguei profissionalmente, nunca frequentei um Centro de Treinamentos (o máximo de que participei foi um campeonato brasileiro amador de advogados, em que o treinador acabava convivendo com o grupo durante toda a viagem). Só que de relacionamento, todo mundo entende um pouco. E todo mundo já ouviu algum boato de grupo desunido, de richas internas, esse tipo de coisa.

No atual Atlético, o grupo é desunido? Não sei. Na verdade, não parece ser dos mais unidos, não. Enfim, o que esperamos do diretor de futebol não é obrigar os jogadores a irem no cinema juntos durante a folga. Mas fomentar um ambiente de união, conscientizando a todos de que há um objetivo em comum, que são as vitórias. Colocar na cabeça dos jogadores que tanto aqueles que prestigiam o treinador Givanildo, quanto os que não são fãs de seu trabalho, devem lutar igualmente pela vitória. E cobrá-los por isso.

O Diretor de Futebol será o chefe imediato da boleirada. A figura do patrão de olho no trabalho. Teoricamente, essa função caberia ao treinador. Mas no modelo atual do futebol, em que se troca de técnico todo mês, isso não se aplica. Mesmo porque, quando estão insatisfeitos com o comandante, os jogadores dão aquela "segurada", torcendo pela demissão. De fato, eles podem derrubar um técnico. Mas não um Diretor.

Além do mais, o Diretor pode ser um canal dos jogadores com a própria diretoria administrativa. Levar até os diretores, de maneira mais eficaz, as insatisfações do grupo Inclusive, quando estiverem prestes a derrubar um treinador, o Diretor pode se antecipar e dar o toque para a administração: "Olha, a coisa tá feia. Será que não é melhor mudar?"

Marcos Moura Teixeira deve conhecer muito de relacionamentos no futebol. Tem tudo para dar certo no Atlético. Só não pode ser arrogante, característica que manteria o grupo de jogadores com pés atrás, e insubordinados. Fora isso, que use sua experiência da melhor maneira possível para domar os boleiros.


Este artigo reflete as opiniões do autor, e não dos integrantes do site Furacao.com. O site não se responsabiliza e nem pode ser responsabilizado pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso dessas informações.