Juarez Villela Filho

Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.

 

 

Tentativa

30/05/2006


Uma tentativa sempre vale a pena. E olhem, estou tentando! Primeiramente compreender algumas coisas, alguns meandros, que por falha na comunicação entre diretoria e torcedor, nos fazem maximizar os erros em detrimento dos acertos na administração do clube.

Sejamos honestos, nas vezes em que as coisas deram certo, também não tínhamos contratado grandes estrelas e alguns dos treinadores mais vitoriosos aqui ainda não tinham brilhado nacionalmente, como Vadão e Geninho. Acho apenas, que sempre mesclávamos jovens atletas, promessas de times menores, jogadores vindos das categorias de base com um ou outro mais experiente, já rodado e esse elenco se ressente disso.

O futebol, sem a venda dos principais destaques do time, ainda não é auto sustentável, por isso que se coloca tanto dinheiro em obras no CT, pois cada estrangeiro que fique por lá uma temporada gera lucro para o Atlético. Que eu queria que os investimentos em futebol fossem maiores? Sem dúvida, mas ninguém, nem eu, posso ser tão cabeça dura de ao menos não ter boa vontade em ver o outro lado da moeda.

Recai numa velha máxima: o político pensa na próxima eleição; o estadista na próxima geração. Vale a pena sacrificar todo o projeto por um arrombo, pela vontade de se cometer uma loucura financeira? Loucura não, mas que um ou outro jogador mais qualificado, como foi Souza em 2001, como foi Washington em 2004, um time que quer ser vencedor tem que bancar.

Mudando, sempre em metamorfose. Sábado tentei ser o “torcedor-consumidor” que eles tanto querem. Ingresso comprado, camisa nova (e oficial), cachecol novo (e oficial), sentei e pedi aos meus amigos pra ficar sozinho. Fiz algo que em minhas duas décadas de freqüência em estádios nunca tinha feito: fone no ouvido e radinho ligado no estádio.

Calado, me contive e fiquei sentado grande parte do tempo, gols perdidos em profusão, um meio campo confuso, um jogo truncado. O gol no último lance do jogo, justo dele, Denis Marques, foi a apoteose e ali provei a mim mesmo que o Atlético é maior que tudo, é o time da paixão, do sangue nas veias, da emoção. Gritei, cantei, pulei, puxei o grito de bi campeão até!

Senhores, não tentem domar essa torcida que ama tanto o Atlético. Fomos apaixonados de verdade, fanáticos, doentes mesmo. E perdoem as críticas mais incisivas, as fazemos pelo bem do time. Vale a pena tentar, tente mudar você também.


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