Sérgio Tavares Filho

Sérgio Juarez Tavares Filho, 45 anos, é jornalista e morou até os 12 anos em Matinhos, litoral do Paraná. Acompanha o Atlético desde que nasceu e vive numa família 100% rubro-negra. Até os cachorros se chamam Furacão e Furacão Júnior. Foi colunista da Furacao.com entre 2001 e 2009.

 

 

Curtas

10/05/2006


A pergunta já foi feita. E se fosse na Baixada? As imagens da torcida corintiana invadindo o Pacaembu são mais que lamentáveis. A guerra entre Gaviões x Polícia mostra de novo que as torcidas organizadas têm que seguir uma rigorosa fiscalização dos órgãos competentes. A festa que elas promovem nas arquibancadas não pode ultrapassar o limite do bom senso. É inadmissível um clube possuir vinte vezes menos sócios do que uma torcida. Espantado, vejo que a diretoria do Corinthians já admite excluir do elenco profissional quatro jogadores atendendo a um pedido da organizada. Quem manda? Admiro Os Fanáticos e sei da sua importância para o Atlético. Mas se não houvesse uma intervenção da diretoria rubro-negra, poderíamos estar seguindo os mesmos passos de outros Estados, especialmente o de São Paulo. Respondendo a pergunta lá de cima: se fosse na Baixada, Os Fanáticos estariam até hoje nas capas dos jornais e o Atlético teria o estádio interditado por, no mínimo, três meses.

Givanildo

Torci pelo sucesso do treinador. Queria que ele realmente desse o melhor para o Atlético. Quando chegou foi apontado como ranzinza com a imprensa, disciplinador e com um esquema tático definido (4-4-2) antes mesmo de estrear contra o Volta Redonda. Não vi nada disso. Givanildo não teve a personalidade que um treinador precisa ter para dirigir o Atlético. Submeteu-se a métodos de trabalhos e não desenvolveu a própria característica dentro do clube. Se a idéia era tentar o sucesso no Sul, Givanildo vai ter que esperar por outra oportunidade.

Gastrite

O atleticano é um ser-humano formidável. Depois da vitória contra o Botafogo, iríamos reagir no Brasileiro, engrenar na classificação e conquistar uma vaga na Libertadores. Pedro Oldoni era o novo Kaká e Jancarlos o melhor lateral-direita em atividade no Brasil. Uma semana depois, garfados em casa, o atacante não presta, o lateral está mascarado e o Herrera é pior que o Lobatón. É por causa disso que grande parte do torcedor não sofre de gastrite: fala na cara. O reconhecimento do trabalho e as cobranças de quem pode render um pouco mais não fantasiam o mundo da Baixada. O que é, é. Para o bem e para o mal.

Greve de fome

E essa do Garotinho? Greve de fome? Como diriam os meus amigos lá de Matinhos: "Largue mão..." Isso me faz lembrar aquele episódio de 97, quando o Atlético foi punido pela CBF e teria de ficar um ano fora do calendário nacional. Um torcedor do Londrina, solidário com a situação rubro-negra, meteu uma sacola de supermercado na cabeça, se amarrou numa árvore em frente ao Joaquim Américo e fez um protesto silencioso. Não durou três dias! Não. O cabra não morreu. Depois de medicado, deve ter ido matar um feijão com arroz...

A moda é protestar

Agricultores no oeste, estivadores em Paranaguá, auditores da Receita Federal em todo o Estado, PROCON trabalhando em massa. O que há? Parece que está tudo virado. Ninguém tem mais palavra para cumprir o prometido, o fio do bigode. Acho que também precisamos colocar lenha nessa fogueira: um pênalti não dado em cima do Dagoberto e uma falta fora da área decidiram a última partida do Atlético na Kyocera Arena. Nada de copos no gramado, de pedras nos adversários ou na arbitragem. Quem tiver uma idéia boa, por favor, escreva. Se a moda é protestar, vamos pegar o barco. Revolução!

Fantinato

Se foi completamente? Não. Vai brilhar no céu mais uma estrela atleticana. Hailton Fantinato fez uma pausa com a gente para encontrar outros queridos lá no alto. São dirigentes e torcedores da década de 70 que ajudaram o clube a se manter num dos períodos mais difíceis da história atleticana. Ao lado dele, a irmã, Hilda Fantinato Tavares, outra aficcionada pelas cores vermelha e preta. Obrigado, tio, obrigado vó, obrigado Atlético.

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"Gripe cura com limão, jurubeba é para a azia. Do jeito que a coisa vai, boteco do Arlindo vira drogaria."
(Maria do Zeca / Nei Lopes)


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