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Rogério Andrade
Rogério Andrade, 52 anos, é administrador. Atleticano de "berço", considera a inauguração da Arena da Baixada como o momento mais marcante do Atlético, ao ver um sonho acalentado por tantos anos tornar-se realidade.
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Gostei do Atlético
08/05/2006
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Eu gostei do Atlético de ontem. Tenho absoluta certeza que vi um Atlético, no mínimo, diferente. Com exceção do péssimo futebol de Evandro e sua absoluta imaturidade, com exceção do primeiro tempo terrível do lateral Ivan, e com exceção do fraco lateral Jancarlos, o Atlético foi outro.
Mais esforçado e com um pouco mais de vontade de vencer, teve sim muitos erros, mas é difícil demais um time, por melhor que seja, ter que determinar como serão as coisas dentro de campo. Acabou se perdendo no aspecto defensivo, pois não possui um líder, nem dentro, nem fora de campo, para orientar o time. Na grama, “um por todos e todos por um” não funciona.
Não quero ser otimista demais, diante de uma receosa 16ª colocação, mas também não considero uma utopia pensar no crescimento do Atlético neste campeonato. O que não gostamos, no jogo contra o Internacional, foi o resultado. Ao meu ver, por pouco, principalmente após o time ganhar uma certa consistência no meio com a entrada de Fabrício, não vencemos o jogo. O Atlético, desde o início do segundo tempo, cresceu para cima do time gaúcho, um time muito bom por sinal, o que temos que levar em consideração. Um time bom, mas que também se perdeu com a evolução do Atlético.
Não fosse o “desaparecimento” do atacante Pedro Oldoni e os vários “cai-cais” do craque Dagoberto (uma de suas “caídas” resultou no contra-ataque do Inter e no pênalti), o Atlético faria o segundo gol e o jogo seria outro. Não fez porque pressionou o Inter pelo meio, e não pelas laterais. Não fez porque Herrera não esteve em campo desde o início do segundo tempo e não fez porque na falta, caprichosamente cobrada por Fabrício, a bola bateu nas costas de Dagoberto e tomou outro rumo. Certas vezes, também precisamos de um pouco de sorte, aquela que esquecemos no pé da trave do Maracanã. Se o Atlético tivesse virado o jogo, talvez ainda fizéssemos o terceiro, e nenhuma das assombrações apareceriam no dia de hoje, nem mesmo os erros do “folgado” Givanildo.
Precisamos analisar o Atlético como um todo. Não foi de todo mal. Cléber é excelente, Danilo tem qualidade, raça e vontade (não condeno a sua reação no gol). Jogadores como Paulo André, Alex, Alan Bahia, Ferreira, Fabrício e Herrera, merecem votos de confiança. Logicamente precisamos de reforços e de mais qualidade, mas não é um cara com a mão no bolso que vai “exigir” isso. Givanildo precisa sair, o mais rápido possível, e não entendo o que lhe fez negar o pedido de demissão. Orgulho, talvez. O momento é errado, mas ele é o que há de “mais errado” neste momento do Atlético.
Ora, nós conhecemos bem o Atlético, e contra o Inter, sentíamos cheiro de vitória do Atlético no caldeirão. Com casa cheia, e com um Atlético mais agressivo, como no segundo tempo, não iríamos perder o jogo, nunca! Volto a dizer: faltou pouco para ganharmos, e faltou um técnico de verdade, que brigasse pelo time, que cobrasse da arbitragem, que tivesse, ao menos, tesão pela profissão. Givanildo não é um treinador ao nível do nosso Atlético Paranaense. Saí triste da Baixada, mas com uma grande esperança.
Não custa perguntar de novo, afinal, água mole em pedra dura tanto bate até que fura: cadê o diretor de futebol?
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