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Patricia Bahr
Patricia Caroline Bahr, 43 anos, é jornalista e se descobriu atleticana nas arquibancadas do Pinheirão, no meio da torcida, quando pôde sentir o que era o Atlético através dos gritos dos torcedores, que no berro fazem do Furacão o melhor time do mundo. Foi colunista da Furacao.com entre 2002 e 2010.
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Do inferno ao céu
30/04/2006
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Bastaram 90 minutos e o Atlético saiu do inferno e foi para o céu. Uma goleada e suas conseqüências. Fazia tempo que nós, torcedores, não comemorávamos uma vitória do Furacão. E ela veio, com juros e correção. A pergunta que fica é: o que esperar desse time?
Ficou provado, como diriam lá no Rio Grande, que o time não é “nem tão feio de assustar, nem tão lindo de encantar”, ou seja, não é tão ruim como muitos falavam, mas, claro, ainda precisa de muitos ajustes, alguns reforços para poder sonhar com algo mais este ano. É capaz de ir do inferno ao céu (e vice-versa) com os mesmos jogadores, o mesmo treinador. O que mais uma vez ficou provado é que quando se alia vontade, raça, determinação e disciplina tática, o Atlético pode sim fazer estragos.
Nesse sábado, o Maracanã pôde ver pela primeira vez um Atlético arrumadinho em campo – coisa que nem nos tempos do alemão a gente conseguiu presenciar. Consistente em seu sistema defensivo e partindo para os contra-ataques em velocidade – ah, quanto tempo não víamos isso!
Melhor ainda foi ver Evandro e Ferreira bem mais participativos em campo, jogando em 90 minutos muito mais do que já tinham apresentado durante toda a temporada. Nosso sistema defensivo também merece menção especial, sendo um verdadeiro paredão, marcando muito bem Dodô e Reinaldo, e não permitindo que em nenhum momento a meta do goleiro Cléber ficasse em perigo – exceção do lance do pênalti, que Dodô desperdiçou, mostrando que a sorte parece estar mudando de lado.
Mas, claro, ninguém em campo foi tão genial quanto Pedro Oldoni, autor de três dos quatro gols da partida. Atacante vive de gols e Oldoni (que andava sendo questionado pela torcida) teve seu dia de rei no Maracanã. Ainda é cedo para qualquer prognóstico. Se erramos em criticá-lo pela falta de gols nos últimos jogos, também é cedo demais para endeusá-lo por um único jogo. O que deu para sentir é que Oldoni está no caminho certo. E mais do que nunca merece nosso muito obrigado, por ter sido peça fundamental no baile atleticano no Maracanã.
Que esta tenha sido a primeira de muitas vitórias do Furacão neste Brasileiro. Que, além de ter feito as pazes com as vitórias, o Atlético tenha reencontrado o caminho do futebol que alia determinação, raça, com contra-ataques em velocidade, belos passes e gols. Essa foi a receita para que o Furacão da Baixada se transformasse no Furacão do Brasil e das Américas. Que seja assim, durante todo o restante do Brasileirão.
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