Rogério Andrade

Rogério Andrade, 52 anos, é administrador. Atleticano de "berço", considera a inauguração da Arena da Baixada como o momento mais marcante do Atlético, ao ver um sonho acalentado por tantos anos tornar-se realidade.

 

 

Necessidade

29/04/2006


Vencer o Botafogo, no Rio de Janeiro, neste final de semana, não significa apenas fazer a lição fora de casa. Virou necessidade. Ou voltamos com os três pontos na bagagem, ou fazemos um rastro de sujeira, das terras cariocas até a capital paranaense. Estará feita a lambança, e no meio da ladeira, é possível até que Givanildo de Oliveira, o atual comandante atleticano, desembarque em qualquer esquina e desvie o caminho para sua terrinha.

Mais uma derrota pode complicar os destinos do Atlético, e sem saída, com o destino incerto, voltarão os jogadores, os mesmos que já fazem até promessa para a torcida. Dizem que irão lutar, e tendo em Paulo André o porta-voz da moçada, acreditam que podem e devem dar a volta por cima. E que isso realmente aconteça, apesar de que em minha modesta opinião de torcedor, a luta, a garra e a vibração de um bom futebol devem acontecer a partir do momento em que cada jogador pisa no clube. Isso é essencial, pelo menos quando se trata de Atlético.

Outros que voltarão, talvez mais preocupados em procurar parceiros no meio do caminho, serão nossos diretores e presidentes, mas já estou ficando cansado de criticar, cobrar, me juntar a centenas de atleticanos e tentar, de alguma forma, abrir os olhos destes que estão com o problema abaixo do nariz, mas insistem em levantar um pouco mais a cabeça e fazer do orgulho, a grande fraqueza do Atlético. Já estou de saco cheio de ver meu time ser humilhado, de assistir na Rede Globo o comentário de que meu time não tem objetivo, não possui característica. Comentário, aliás, muito acertado. Então, quando ficamos assim, “sacudos” e sem paciência, é melhor mesmo desviar o assunto e falar um pouco de coisas que possam nos trazer algum benefício. O Atlético vencer, este será o benefício maior de toda uma nação.

Por isso também levanto, a partir desta coluna, mais uma ponta de esperança e convoco a torcida atleticana a fazer uma corrente positiva, com a fé e a certeza de que pode pintar uma vitória em pleno Maracanã. Afinal de contas, somos atleticanos, e mesmo diante de tantas dificuldades, vamos esperar que os nossos jogadores esqueçam de tudo e que a união dentro de campo nos traga a vitória, a mesma que pode significar muito para todos nós e para todo o elenco.

Os próprios jogadores precisam e sentem também a necessidade de uma nova motivação. Mais do que a nossa vibração, eles é que precisam voltar a brilhar, eles é que precisam levantar a cabeça e provar, como o time provou na Libertadores em 2005, que futebol se faz dentro de campo, e por mais que as pessoas não acreditem no sucesso, são eles, dentro do gramado, que calam as bocas e que alcançam a superação. Chega de circo e corpo mole, o Atlético precisa voltar a vencer, seja no Rio de Janeiro, na Baixada ou no cafundó do Judas. Eu ainda acredito no Atlético, e no mundo do futebol, tudo pode acontecer.

Vergonha

Nunca tive conhecimento e nunca presenciei um clube de futebol proibir a imprensa ou qualquer meio de comunicação a ter acesso aos assuntos de interesse, não apenas da mídia, mas da torcida, a qual também é proprietária do clube. Com sinceridade, em trinta e quatro anos, nunca vi isso. Agora o marketing do Atlético resolveu se esconder atrás das próprias cortinas, e está procurando a pior forma de continuar divulgando o clube e seu patrimônio ao Brasil e ao mundo.

Pra que? Pra divulgar tudo em primeira mão? Que papelão, hein Atlético!


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