Sérgio Tavares Filho

Sérgio Juarez Tavares Filho, 45 anos, é jornalista e morou até os 12 anos em Matinhos, litoral do Paraná. Acompanha o Atlético desde que nasceu e vive numa família 100% rubro-negra. Até os cachorros se chamam Furacão e Furacão Júnior. Foi colunista da Furacao.com entre 2001 e 2009.

 

 

Bola de neve

24/04/2006


A situação financeira do Atlético parece ser saudável. Guarda dinheiro para terminar a Arena, alavanca novos parceiros para deixar o estádio auto-sustentável e sabe negociar com investidores externos. É exemplo de administração e sabe vender bem o seu produto através do marketing. O que não dá para entender é como Danilo, Erandir, Evandro, Denis Marques e Givanildo continuam sendo os garotos-propaganda de toda essa estrutura.

O Atlético não vive de mais nada a não ser do futebol. Não tem um parque aquático ou sede de campo para os torcedores. Seria natural todas as atenções virarem somente para o gramado. Ingenuamente, briga com a imprensa e coloca a culpa nos maus resultados nas linhas que são escritas em jornais e revistas e nas falas que são pronunciadas nos rádios e nas televisões.

Como espelho da situação, a insatisfação é nítida por parte dos jogadores. Com as ordens de não falarem com os jornalistas, o assédio dos fãs diminui, o dinheiro ganho com patrocínio de roupas e bonés é cancelado e o estilo boleiro, aquele todo vaidoso, não passa mais pela cancela do Centro de Treinamentos. Jogador de futebol gosta de aparecer, de falar, de estar na mídia.

Por duas vezes, nas últimas semanas, o Atlético deixou de ser visto no Globo Esporte nacional e no Esporte Espetacular por causa das famosas janelas para a imprensa. Não era dia de entrevistas e de imagens, produção abortada. Ao invés de continuar vendendo o “Caju” como o melhor CT do país, o Atlético fecha as portas e perde espaço para o Reffis (Reabilitação Esportiva Fisioterápica e Fisiológica) do São Paulo e para a Toca da Raposa, do Cruzeiro, que vivem na mídia nacional. Até a estrutura do Goiás ganhou força.

O Atlético tem que aproveitar o veranico de abril para começar a descongelar a bola de neve em que se meteu. E os problemas são simples. Todo mundo vê. Até mesmo quem não pode entrar ou gravar só 20 minutos de imagens.


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