Sérgio Tavares Filho

Sérgio Juarez Tavares Filho, 45 anos, é jornalista e morou até os 12 anos em Matinhos, litoral do Paraná. Acompanha o Atlético desde que nasceu e vive numa família 100% rubro-negra. Até os cachorros se chamam Furacão e Furacão Júnior. Foi colunista da Furacao.com entre 2001 e 2009.

 

 

Mais uma chance

19/04/2006


Os gols marcados nas finais de 2001 não serviram de empolgação para Alex Mineiro. Ainda vinculado ao Atlético, um dos maiores nomes na história do Rubro-Negro não repetiu, em 2002, as boas atuações da temporada anterior. Seu companheiro de ataque, Kléber, atrasou em 15 dias a apresentação. Kleberson começou a sonhar com a camisa da Seleção Brasileira e também deixou de jogar para o time. Passou a buscar a Copa e foi o primeiro paranaense, vestindo uma camisa paranaense, a sagrar-se campeão mundial. Flávio, Alessandro, Rogério Corrêa, Gustavo, Fabiano e Adriano também ficaram. Uma base espetacular montada em Curitiba e o torcedor passou a cobrar o bicampeonato. Não fomos a nenhum lugar a não ser o honroso vice-campeonato na saudosa Copa Sul-Minas.

A diretoria atleticana meteu a mão no bolso. Conseguiu convencer a maioria dos campeões do ano anterior a permanecer. O resultado não foi nem de longe o esperado. Se houve lucro em 2002, eu não sei. Mas que as despesas foram grandes, isso foram.

Volto a 2006. Cléber era, costumeiramente, ovacionado pela torcida do Santa Cruz. Jancarlos, de ala moderno, transformou-se numa versão Alessandro 2002. Danilo e Paulo André, os estilosos zagueiros, incorporaram Róberson e China. Erandir não é nem de longe o volante que começou a temporada e Alan Bahia parece fora de forma. Evandro parece o Liminha, animador de auditório do Gugu: cai, levanta, mexe o corpo e bate palmas. Faz todo mundo prestar a atenção, mas dali não sai nada de útil. Ferreira está perdido. Não sabe se liga para a Colômbia, ataca ou defende. Já Denis Marques deve sofrer dos nervos. Quase dois anos de casa e o rapaz ainda não se acostumou com a pegação do pé dos torcedores.

Aí concordo com o Givanildo: falta estrutura psicológica para os jogadores atleticanos. O desespero que tomou conta do ambiente da Kyocera Arena e do CT do Caju já refletiu nas arquibancadas. Não recebi nem um nem dois e sim vários e-mails de torcedores indignados com o time, diretoria e até mesmo com outros torcedores. Gente prometendo nunca mais voltar ao estádio se algo de útil não for apresentado nos próximos dias.

Ficar 50 dias sem vitórias é incomum para o Atlético. Mas devemos lembrar daqueles que nos orgulharam num ano e depois destroçaram nossos corações na temporada seguinte. Como já foi (bem) escrito pelo amigo Rogério Andrade, vamos com o que temos. E o que temos de bom, está de fora: Michel Bastos e Dagoberto não serão os salvadores da pátria, mas trarão nova animação ao conjunto. Vai que o Herrera também é bom de bola? O que não dá é para esperar muito, igual ao ano passado.

Chega mais

"Cadê a torcida do Atlético? Do Paraná? Qual é a outra mesmo?"
Falcão (O Rappa), no Teatro Guaíra, ontem.


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