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Sergio Surugi
Sergio Surugi de Siqueira, 66 anos, é Atleticano desde que nasceu. Neto de um dos fundadores, filho de um ex-presidente do Atlético, pai e avô de Atleticanos apaixonados, é doutor em Fisiologia e professor. Foi colunista da Furacao.com entre 2005 e 2009.
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Nada que uma boa vitória não cure
15/04/2006
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Muita gente, induzido pela magoada imprensa esportiva do Paraná, agora disciplinada pela diretoria do Atlético, pouco ou nenhum crédito dá ao nosso Rubro Negro na disputa pelo título brasileiro (o único que realmente vale alguma coisa no calendário futebolístico brazuca).
É claro que o desempenho no Paranaense foi anormal para um time que entrou como franco favorito, até por uma suposta falta de adversários que pudessem atrapalhar o bicampeonato. Também é evidente que ninguém esperava que permitíssemos ao fraquíssimo Volta Redonda, fazer graça em plena Kyocera Arena.
Depois de duas trombadas de frente é natural que todo mundo esteja andando a vinte por hora, mas temos que acreditar que o Brasileirão é uma história totalmente diferente ao mata-mata da Copa do Brasil, um torneio feito para colocar azeitona na empada dos franco-atiradores e muito mais ainda, diferente do “laboratório do Afonso Vítor”, um campeonato no qual entramos só para perder, já que se ganhássemos, estaríamos cumprindo só com a nossa obrigação. E por uma série de fatores, perdemos. Perdemos um pouco da dignidade, do prestígio, da credibilidade e principalmente corremos o risco de perder jogadores importantes, caçados em campo por marcadores medíocres, os quais, incentivados por cronistas esportivos que perderam a noção do ridículo e encorajados por árbitros e auxiliares novatos e com carreira pouco promissora, destilaram pancadaria e conseguiram parar o Atlético no pau. Lembro muito bem do tal coreano do Iratí, um dos jogadores mais violentos e limitados tecnicamente que eu já assisti jogar, eleito pelos comentaristas como um craque revelação, um exemplo de marcação. Na cabeça desta gente, a Coréia e não o Haiti deve ser aqui.
O Domingo de Páscoa marca o renascer e para os Atleticanos também deve marcar o início de uma outra história. A motivação agora é maior e os adversários não virão aqui para colocar dez ou onze na defesa. É briga de cachorro grande e nestas situações o Atlético sempre cresce.
Nossos jogadores têm que se concentrar nos três pontos a cada jogo, caprichar no passe, lutar sem afobação, ter a consciência de que agora o negocio tem que ser diferente. Vencer na estréia é muito importante e ainda que nosso preparador físico aponte para a necessidade de dez partidas para o tal “ponto-de-bala”, infelizmente para ele e para quem mais concordar com esta “pré-desculpa”, não vai ser possível esperar até lá. Se existem problemas físicos, técnicos ou táticos, eles terão que ser superados pela concentração e pela determinação, já que após a rodada de Domingo, alguns times entrarão já na segunda rodada na luta para não cair, enquanto outros estarão lutando pelo título. Conceitualmente, ainda que sempre exista a possibilidade de se recuperar em um campeonato longo, é fundamental que a gente já comece entre os candidatos à taça, mostrando que o verdadeiro Atlético é aquele que entra para ganhar.
Dedico esta coluna aos jogadores do Atlético, já que afinal, no frigir dos ovos, são eles que vão decidir para que lado o nosso nariz (e o deles também) estará apontando na segunda-feira. Que cada jogador tenha muito claro que a luta pelo BI começa no Domingo, no Domingo da Ressureição.
Um feliz Domingo de recomeço para todos nós.
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