Marcel Costa

Marcel Ferreira da Costa, 45 anos, é advogado por vocação e atleticano por convicção. Freqüenta estádios, não só em Curitiba, quase sempre acompanhado de seu pai, outro fanático rubro-negro. Foi colunista da Furacao.com entre 2005 e 2008.

 

 

Juntando os cacos

07/04/2006


Na véspera do jogo contra o Volta Redonda escrevi que o Atlético precisava de amparo, pois passava por um mau momento e a classificação contra os cariocas seria fundamental para tentar reerguer a auto-estima e motivação do elenco. A torcida fez sua parte, apoiou o jogo todo e até nos acréscimos acreditava-se em um milagre, daqueles que só costumam ocorrer na mística Kyocera Arena. Mas a vitória não veio e pior, não conseguimos marcar sequer um golzinho no adversário.

Durante estes pouco mais de três meses de 2006 vislumbrei um Atlético forte, com bons jogadores, mas sem nenhuma organização tática. Um amontoado, jogando na base do chutão e na esperança de que Dagoberto decidisse. O craque atleticano se machucou e perdemos a referência. Nem mesmo a segunda opção que seria o talentoso Evandro esteve em campo, obviamente por culpa pessoal do meia que foi expulso, infantilmente, na cidade do aço.

Hoje, abro meus olhos e não enxergo aquele elenco promissor que tanto quis enxergar. Peneirando, podemos destacar Cleber, Jancarlos (em má fase), Paulo André, Michel Bastos (machucado), Alan Bahia, Erandir, Evandro, Ferreira, Fabrício e Dagoberto (machucado). Ainda acredito que os jovens Alex e Pedro Oldoni (o de Cianorte, não o de Volta Redonda) possam acrescentar algo de positivo, mas ainda são muito jovens e precisam ser lapidados. Não podem ser jogados na fogueira e queimados para sempre com a torcida.

É muito pouco para quem quer voltar à Libertadores da América ou mesmo brigar pela conquista do título nacional. Faltam jogadores que possam vestir a camisa titular do Atlético, que chamem o jogo para si e coloquem a casa em ordem. E o problema tático continua. Em 15 dias, Givanildo insistiu em vários treinos físicos (de fato um problema que já era visível), mas pouco treinou a parte técnica, fazendo apenas quatro coletivos. É claro que o treinador acabou de chegar, não conhece o elenco, mas teve tempo de moldar o grupo ao seu estilo e continuamos vendo um time sem rumo, sem esquema tático, bagunçado e jogando no desespero, contra um fraquinho Volta Redonda.

Nem quero imaginar quando enfrentarmos Corinthians, São Paulo, Santos, Palmeiras, Cruzeiro, Inter e Goiás. O resto é fraco, mas não gostaria e nem me sentiria à vontade vendo nosso Atlético nivelado com o baixo clero da série A, pois neste grupo o flerte com o rebaixamento é constante e respondendo ao colega Ricardo Campelo: não tenho nenhuma saudade do coxa!

A diretoria do Atlético é competente e sabe dos riscos que estamos passando. Alguns reforços já chegaram, mas ainda não pudemos avaliar suas capacidades técnicas. Além deles, devem chegar outros, espero que com qualidade e capazes de serem titulares do time. Nestes 10 dias o treinador deve melhorar a postura tática da equipe e quem sabe durante a competição possamos engrenar, reforçados e ajeitados. O começo vai ser tortuoso, pois somente a sorte pode nos ajudar quando o time começa a ser definido apenas em abril ou nem isso. Mãos às obras diretoria, neste momento somente vocês podem nos dar uma boa resposta: um time competitivo. Somente isso, nada mais!


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