Ricardo Campelo

Ricardo de Oliveira Campelo, 45 anos, é advogado e atleticano desde o parto. Tem uma família inteira apaixonada pelo Atlético. Considera o dia 23/12/2001 o mais feliz de sua vida. Foi colunista da Furacao.com entre 2001 e 2011.

 

 

Rumo ao Bi?

22/08/2002


Após quatro rodadas, o time do Atlético começa a ganhar forma no Campeonato Brasileiro. Uma derrota na estréia com um meio-campo totalmente desfigurado, duas boas vitórias dentro de casa e um empate heróico na Bahia, atuando com 10 jogadores por quase o tempo inteiro. Já é possível ter uma clara idéia de como o Furacão vai atuar neste segundo semestre.

Após um começo de ano decepcionante, a diretoria conseguiu armar um time competitivo, que nos permite sonhar com a conquista do Bi já em 2002. Fabiano cresceu muito, Dagoberto rende cada vez mais, e Adriano leva o time para o ataque com maestria. Além disto, Kléber parece estar voltando aos velhos tempos, como na partida contra o Vasco: perdeu um pênalti, mas depois marcou dois gols.

Contudo, creio que o elemento fundamental para a conquista do título reside na permanência de Kleberson. O pentacampeão tem um futebol único. Distribui a bola com precisão milimétrica, chega ao ataque, cobra escanteios, faltas, realiza lançamentos e cruzamentos perfeitos e, principalmente, sabe cadenciar o jogo: quando a marcação adversária aperta, vira o jogo com inteligência e permite maior criatividade ao time. Kleberson é único, e, portanto, insubstituível. Se continuar no time, não há como se ter dúvidas sobre o bom desempenho do Atlético no certame.

Se for vendido, entretanto, creio que o desempenho rubro-negro fica seriamente comprometido, pois o setor do meio-campo precisaria sofrer sensíveis modificações. O jovem Rodrigo, de longe, não tem condições para figurar como titular, muito menos na vaga de Kleberson. Uma boa alternativa seria a entrada de Alex Mineiro no ataque, ao lado de Kléber, testando um meio com Cocito, Preto, Adriano e Dagoberto. Neste caso, dependeríamos de saber se o Alex será o matador de 2001 ou o desmotivado de 2002. E apesar de acreditar muito no futebol de Dagoberto, creio que o time não seria o mesmo, pois suas características são muito diferente das do pentacampeão. Ainda assim, dá pra acreditar.

É uma pena que, até agora, a situação de Kleberson esteja completamente indefinida, em razão das turbulências no mercado mundial. Ninguém, nem o próprio jogador, sabe se vai ou fica. Se for, o Clube terá receita para, quem sabe, concluir o estádio. Mas ainda prefiro que permaneça. Kleberson já provou que seu futebol não é de momento. Se for para mudar, com certeza será para a melhor. Por isto, acredito e torço pela sua permanência, para que, após acalmado o mercado, possa ser negociado com o título de bicampeão brasileiro.


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