Marcel Costa

Marcel Ferreira da Costa, 45 anos, é advogado por vocação e atleticano por convicção. Freqüenta estádios, não só em Curitiba, quase sempre acompanhado de seu pai, outro fanático rubro-negro. Foi colunista da Furacao.com entre 2005 e 2008.

 

 

A história se repete

24/03/2006


1996. O Atlético tinha a melhor campanha do então valorizado e cobiçado Campeonato Paranaense. Credenciado pelo título nacional da segunda divisão, era temido por todos e tido como o grande favorito a quebrar a hegemonia paranista de três anos. Surpreendentemente, o treinador Emerson Leão abandona o projeto para trabalhar no Japão e indica o vice-campeão brasileiro Cabralzinho para seu lugar.

Nem mesmo os três pontos extras conquistados, divididos nos dois turnos dos quadrangulares, garantiram uma vaga na decisão do estadual. Vitórias magras sobre o União Bandeirante, dirigido pelo então desconhecido Lio Evaristo, e tropeços contra os rivais de Curitiba alijaram o rubro-negro da disputa do título. Decepção, pois todos depositavam suas fichas naquele elenco e no treinador.

Sem baixar a cabeça, a diretoria atleticana, já comandada por Mario Celso Petraglia, contratou o experiente Evaristo de Macedo, reforçou o qualificado elenco com jogadores como Alberto, Branco, Jorge Luis, Nowak e Piekarski e o time encantou o Brasil logo no ano de retorno à primeira divisão. Não fosse a irresponsabilidade de Oséas no jogo de ida contra o Atlético de Minas e as defesas do tetra-campeão Taffarel na Baixada, talvez a primeira estrela dourada já teria sido bordada na camisa atleticana em dezembro de 1996.

2006. O Atlético classifica-se para as quartas-de-final do pouco atrativo Campeonato Paranaense com a melhor campanha e um time badalado, tanto por seus torcedores como pela imprensa, e temido pelos rivais. Inesperadamente, o celebrado treinador Lothar Matthäus abandona às pressas o CT do Caju e nunca mais retorna, deixando em seu lugar o inexperiente auxiliar Vinícius Eutrópio.

A vantagem do mando de campo não é suficiente para segurar o aguerrido, mas limitado time da Adap, que classifica-se e derruba uma longa invencibilidade atleticana na Kyocera Arena. Como a dez anos atrás, Lio Evaristo faz bom trabalho com equipe menor e o cérebro do time, no meio campo, é um estrangeiro. Só muda a nacionalidade e o nome, pois tanto o uruguaio Gustavo Matosas como o colombiano David Ferreira são talentosos e raçudos, mas não conseguem evitar a eliminação no estadual.

O elenco atleticano é qualificado, tem bons jogadores em todas as posições, mas é certo que alguns reforços precisam ser contratados para o Campeonato Brasileiro. Alguns já chegaram e serão importantes para a disputa nacional, como o jovem lateral Carlos Alberto, o meia Válber e o atacante colombiano Herrera. Com mais duas ou três contratações considero o Atlético apto a fazer boa campanha no Brasileirão. O experiente Givanildo de Oliveira é um sujeito vencedor, trabalhador e parece capaz de formar um belo time.

Quem sabe o filme de 1996 não se repita, agora com um final ainda mais feliz, pois nestes dez anos muita coisa mudou e um lugar entre os oito melhores do Brasil é pouco para o tamanho deste Furacão de 2006.

Retorno

Mal havia parado de escrever e já estou de volta. Durante este tempo refleti e acredito que com bom senso e inteligência possa permanecer escrevendo neste nobre espaço e manter minhas outras obrigações e projetos. É com enorme satisfação que agradeço aos editores do site por me aceitarem de volta.


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