Juarez Villela Filho

Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.

 

 

Quero ser grande

23/03/2006


Primeiro, torcedor atleticano, desculpe-me se ocorrerem erros no texto. Não fiz borrão, não digitei no "Word" antes, estou escrevendo direto, na raça, no peito (doído) e na raça mesmo. Obrigado pela compreensão!

É dose! Não basta analisar apenas a derrota de ontem e sim a seqüência de derrotas, que, de ocasionais, tornaram-se uma constante. Esse time já entra em campo perdendo, não se vê atitude. Ontem me desesperei, vi o jogo sozinho em casa, sem ninguém para comentar, para aliviar a tensão, enfim, trocar aquela idéia. Desesperador.

Desde a entrada em campo, quando nosso time subiu o túnel calado, sério, desunido e o Volta Redonda entrou correndo, um dando tapinha nas costas do outro. Isso faz diferença sim senhor, é atitude! Quem acompanha rugby e já viu os All Blacks, a incrível seleção da Nova Zelândia fazer o Haka , uma dança tribal, aborígine que evoca os deuses da guerra, sabe que atitude, mesmo antes do confronto, conta sim.

Estamos sofrendo da síndrome de Brad Pitt: tomo mundo acha que é lindo! Danilo pensou ser Nesta, mas tem cérebro de Zambiase. Alan Bahia, jogador de garra inconteste, foi pro banco porque estava com mania de Zidane, quando seu futebol à la Dunga é eficientíssimo. Escrevi dia desses no Fórum e repito: o melhor negócio do mercado é comprar o Atlético pelo o que ele vale e vender pelo o que a diretoria acha que vale.

Fui criticado quando repetia no começo da temporada que nosso time é bem meia-boca, bonzinho, mas não é a maravilha que estavam pintando. Nossa dupla de zaga sofre com modestos times de verão, que encerram suas atividades em abril. Imaginem encarar Tevez, Sóbis, Nilmar, Tuta e Edmundo! Temos Ferreira, que é bom, mas está longe de ser craque e atualmente NENHUM atacante.

O Atlético teima em querer ser o que não é: grande. Estamos sim em processo de crescimento, parece que abortado este ano, pelo jeito, mas longe de ser grande. Porque time GRANDE não perde jogadores como perdemos, mente pra torcida como no caso Aloísio, paga o mico histórico como no caso Matthäus e nem se enclausura dentro de seus fantasmas, querendo esconder alguma coisa. Ou a Revista Placar está certa ao afirmar que o Atlético fica com apenas 30% do dinheiro das negociações e o resto vai para o grupo dos amigos?

Com a palavra, a diretoria. A mesma que repetiu, através de seu mandatário mor Mario Celso Petraglia, que o time é bom, um dos cinco melhores elencos do país, que a derrota e eliminação para a ADAP foi um acidente e que vamos com isso mesmo. Hoje, estamos do mesmo tamanho da ADAP, do Volta Redonda, que não tem calendário pro resto do ano.

Isso é ser grande? Eu quero ser grande!


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