Sérgio Tavares Filho

Sérgio Juarez Tavares Filho, 45 anos, é jornalista e morou até os 12 anos em Matinhos, litoral do Paraná. Acompanha o Atlético desde que nasceu e vive numa família 100% rubro-negra. Até os cachorros se chamam Furacão e Furacão Júnior. Foi colunista da Furacao.com entre 2001 e 2009.

 

 

Eurico das Araucárias?

22/03/2006


Mário Celso Petraglia tem os seus problemas. Mas tem muito mais qualidades. Semeou o futuro no Atlético e colheu os frutos bem antes da hora. Não esperava que o time fosse campeão da seletiva da Libertadores logo no debut da Arena da Baixada. Nunca deve ter pensado que seria campeão das séries B e A num intervalo de seis anos. Nem Petraglia acreditou que o time de 2005 poderia ser o maior da América.

Tudo o que aconteceu dentro do Atlético foi muito rápido. Eu ainda folheio as revistas oficiais do clube de tempos atrás e percebo que o projeto, na cabeça dos diretores rubro-negros, não seria para 10 anos. Seria para 20, 30. E muita gente duvidava que isso poderia ser feito fora dos grandes centros do futebol, Rio e São Paulo. Desses estados o que o Atlético recebe, apenas, é a falta de consideração e a inveja.

Mário Celso Petraglia nunca parou uma partida de futebol para reclamar de impedimento ou de um pênalti não assinalado. Sempre que defendeu o clube, fez quando tinha direito. O presidente do Atlético jamais pediu para os policiais barrarem ônibus da torcida adversária no meio de uma favela. Também não tenho conhecimento do dia em que Petraglia fez promoção dos ingressos e superlotou a Kyocera Arena, pondo em risco a integridade física dos aficcionados.

Jamais escrevi o que não quis. Como jornalista sigo os códigos de ética muito bem ensinados pela minha família e pelo banco da faculdade. Não tenho receio em afirmar que Mário Celso Petraglia é o grande responsável pela ascenção do Atlético. Apesar de não concordar com a forma ríspida que ele vem tratando a imprensa e os constantes erros na escolha de treinadores (Gilson Nunes, Casemiro, Edinho e Lothar são alguns dos exemplos mais recentes), o presidente merece o respeito de quem quer que seja.

Tratá-lo como Eurico das Araucárias é, no mínimo, uma atitude burra.


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