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Patricia Bahr
Patricia Caroline Bahr, 43 anos, é jornalista e se descobriu atleticana nas arquibancadas do Pinheirão, no meio da torcida, quando pôde sentir o que era o Atlético através dos gritos dos torcedores, que no berro fazem do Furacão o melhor time do mundo. Foi colunista da Furacao.com entre 2002 e 2010.
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Hoje é domingo... e sem futebol
19/03/2006
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É difícil pensar no que escrever depois da derrota (em todos os sentidos) de ontem. Muitas idéias vêm à cabeça, mas a única coisa que fica é essa chata sensação de derrota plena. Os pensamentos voltam a alguns dias atrás, lá no início do ano, quando planejamos conquistar tudo o que disputaríamos – claro, os sonhos maiores são a Copa do Brasil e o Brasileiro, mas o bicampeonato estadual era visto como, no mínimo, obrigação. Afinal, para quem sonha com o Nacional, ganhar o Estadual é muito mais do que a simples obrigação.
Hoje, a indignação, a revolta, a tristeza são maiores do que qualquer outra coisa. A razão ainda pede para que eu lembre de tudo o que somos e já conquistamos, que temos uma infra-estrutura referência no país. Mas, puxa vida, só estrutura não ganha título! E na real, o que mais queremos é isso, ver sempre o Atlético em primeiro. Claro que todas as boas condições que o CT e a Arena oferecem ajudam... mas para ser campeão, campeão mesmo, precisa aliar tudo isso a uma boa comissão técnica, bons jogadores e, principalmente, comprometimento.
Ontem, na Baixada, pudemos ver estampado na nossa cara que o time não é aquela maravilha que muitos acreditavam. E os jogadores aprenderam, da pior maneira, que eles não ganham jogo a hora que querem. Que tristeza! Hoje é domingo e não teremos jogo do Atlético. Nem hoje e nem nos próximos três finais de semana, até a estréia no Brasileirão, dia 16.
O alemão também merece um capítulo especial. Justo ele que sempre disparou um discurso de comprometimento com o clube, exigia dos jogadores doação máxima, amor à camisa, disciplina... Então quer dizer que o lema é “faça o que eu falo mas não faça o que eu faço”, Matthäus? Justo na semana mais importante do time até aqui na temporada ele abandonou o barco e foi para a Alemanha. Realmente, um exemplo de profissionalismo!
E a torcida, ah, a torcida! No início até que fez o seu papel, como de costume. Mas para alguns, faltou uma boa dose de óleo de peroba no final do jogo. Gritar “Diego! Diego!”? Tenham dó!!!! Uma das maiores razões para que o Diego saísse do Atlético foi justamente o comportamento de parte da torcida. Essa mesma torcida que um dia vaiou Flávio e anos depois, quando ele se transformou no mais vencedor jogador da história do Atlético, teve que aplaudi-lo. Ontem, ao ver Tiago Cardoso, lembrei daquele 25 de agosto de 1999, um Atlético e Internacional na Baixada. Tomara (e eu torço para isso) que Tiago dê a volta por cima como fez Flávio.
Que este sábado sirva de lição para o restante da temporada. Fiquemos com os exemplos de vontade de Alan, Ferreira e Paulo André. É esse o espírito. Dizem que a gente aprende com as derrotas. Mas confesso que já estou meio que cansada de perder, perder, perder... e parece que nunca aprender! Eu quero vitórias, eu quero títulos. Temos mais três boas chances este ano, com a Copa do Brasil, o Brasileiro e a Sul-Americana. O projeto, como disse Petraglia, não será mudado. E espero que nossos sonhos também não... afinal, o torcedor atleticano já se acostumou a sonhar com as conquistas e a não se contentar em participar das competições apenas para não cair. Chegou a hora de recomeçar e, de preferência, seguindo o mesmo caminho dos títulos!
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