Bruno Rolim

Bruno Rolim, 42 anos, é bacharel de Turismo e jornalista. Filho de coxas, é a ovelha rubro-negra da família. Descobriu-se atleticano na final do Paranaense 90, com o gol do Berg. Foi colunista da Furacao.com entre 2002 e 2007.

 

 

Apertem os cintos, o alemão sumiu!

12/03/2006


E hoje o Atlético entra na fase decisiva do Campeonato Paranaense, contra a Adap - equipe que começou o campeonato de forma explosiva, mas acabou decaindo durante a competição e se classificando apenas na quarta posição. Dos quatro times classificados no Grupo B, confesso que queria mesmo enfrentar a Adap, pois Coritiba e Paraná (apesar da fragilidade dos times) seriam confrontos duros, e o Londrina sempre dificulta as coisas em seu estádio. Mas o Atlético entra com um fato preocupante: a viagem de Lothar Matthäus para a Alemanha.

Acho temerário o treinador viajar às vésperas de uma partida decisiva do Atlético. Alguns argumentam que "o adversário é fraco, não precisaremos do técnico". Em primeiro lugar, não acho a Adap frágil. E caso o Atlético sofra um resultado ruim em Campo Mourão, e precise reverter aqui? Além disso, há quem justifique dizendo que "a viagem estava marcada anteriormente". Pois bem, se a Adap tivesse empatado com o Coritiba, teríamos hoje um Atletiba. E estaríamos sem treinador para o clássico?

Ainda que se possa dizer que a equipe está melhorando - nas vezes em que o time jogou bem, passou por cima dos adversários, como na última partida contra o Cianorte. Mas ainda há atuações não convincentes, mesmo nas vitórias. Espero que o Eutrópio saiba manter o time que o Lothar estava escalando, sem invenções de moda, sem jogadores improvisados ou inventados na escalação. Que se jogue o feijão-com-arroz, simples. Que o futebol de Dagoberto, Ferreira, do jovem Pedro Oldoni faça a diferença, enquanto Cléber, Paulo André, Danilo e companhia limitada seguram atrás os mouraoenses.

E que Lothar retorne ao Brasil para pegar o Atlético vindo de mais uma vitória. É o mínimo que eu espero.

Esclarecimento: na última coluna escrita por mim, citei os times do interior do Paraná como "ridículos". Não foi uma referência à tradição e à história dos clubes, até porque clubes como Londrina, União Bandeirante, Iraty, Rio Branco foram responsáveis por boa parte do futebol paranaense do interior, em especial o Tubarão, com boas participações na Série A do Brasileiro. Mas acho sim que os elencos, os times atuais estão muito aquém do que se espera. É um absurdo o futebol do interior do Paraná não ter sequer um representante na Série B do Brasileiro, e acho que isto é o mínimo pelo que seus torcedores devem lutar. Por um futebol do interior mais forte.


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