Fernanda Romagnoli

Fernanda Romagnoli, 51 anos, é atleticana de coração, casada com um atleticano e mãe de dois atleticanos. Foi colunista da Furacao.com entre 2005 e 2009.

 

 

Resumão no Baile da Saudade

04/03/2006


Esse carnaval provocou uma ressaca no Atlético antes mesmo de começar. Alguém pode explicar com real clareza o que foram aqueles dois empates?

Pois é. A camélia caiu do galho, o pierrô não achou a columbina e taí, o Atlético bem que tentou cantar “eu fiz tudo pra você gostar de mim” mas o porre egocêntrico tomou conta e acabou fazendo efeito mais cedo. Que o Atlético tem um bom time, é inegável. Talvez, com toda a minha imparcialidade, posso dizer que no papel é o melhor. Mas não podemos ignorar o que está acontecendo por traz das cenas.

Temos um técnico bem diferente do que se encontra as pencas no mercado brasileiro. O alemão é extremamente rigoroso com a disciplina, gosta de “rodar” a escalação (Isto é para o bem e para o mal, pois não sabemos quem jogará no próximo jogo e no jogo, no próximo minuto) e a característica talvez um pouco ignorada pela sua importância é a língua. Gente, não estamos falando do espanhol que todo mundo pensa que se vira; nem do the book is on the table, nem do Italiano que a gente se vira mesmo, gesticulando bastante como eles gostam. Estamos falando da língua germânica. Há um filósofo/poeta alemão, do qual não me recordo o nome agora, que dizia que “mesmo que você recite um poema romântico, na língua alemã sempre parecerá rude”. Então junte tudo isso a uma postura severa do comandante e a um certo “venha a nós” dos jogadores e pronto. Temos uma barreira complicada. Não dá pra ser paizão tipo Filipão, não dá pra ser ....não sei que tipo mas certamente bem mais próximo, como o Parreira - isto pra citar a seleção, que não desagrada ninguém.

Além do técnico, temos aí jogadores em situação desconfortável. Aquele que é excelente, está numa situação bem comum no futebol do dias de hoje, onde os sanguessugas, digo, procuradores, ficam complicando o que poderia ser fácil. Mas não se enganem, um dia esse jogador vai bater asas, e não há nada que possamos fazer. Já aquele para quem canto “Se você fosse sincera, ôôô, Aurora”, bah, sem comentários. O cara vai entrar num esquema psicológico no melhor estilo Denis Marques e não vai render nada na libertadores – vocês vão ver. E quer saber? Nem precisa voltar ou se dar ao trabalho de se desculpar. Quanto mais mexe....

Treinador, jogadores, faltou o pessoal do apito. Que horror! Não dá pra entender qual é o esquema, porque algum tem. Vão estudar pessoal! Têm livros de ética excelentes na biblioteca pública, não precisa pagar nada para ler.

Como se não bastassem os assuntos já citados, ainda temos torcedor pixando outro torcedor. Não! Não estou falando de atleticanos e coxas-brancas, estou falando de atleticano pixando atleticano. Ah gente, façam-me o favor. Isso é o fim da feira! O “ó”! E sabe porquê motivo não dá pra aguentar? É que todo mundo tem direito de se expressar. Então, deixa os “Urtigões” que não param de reclamar pra lá e vão curtir o seu jogo. Essa coisa de provocação porque o outro não concorda com você é coisa de gente chata. Para vocês, mais um sambinha “...vem meu amor, bandeira branca eu peço paz”.

Então o carnaval acabou. Os porres se foram, as broncas assimiladas - assim esperamos - e é isso. Vamos enfrentar o Cianorte com chuteiras de sola de borracha, sem salto, mesmo no "Baile da Saudade"... de vitórias, diga-se de passagem.

Vai Atlético, com jeito vai se não um dia, a casa cai!


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