Sérgio Tavares Filho

Sérgio Juarez Tavares Filho, 45 anos, é jornalista e morou até os 12 anos em Matinhos, litoral do Paraná. Acompanha o Atlético desde que nasceu e vive numa família 100% rubro-negra. Até os cachorros se chamam Furacão e Furacão Júnior. Foi colunista da Furacao.com entre 2001 e 2009.

 

 

Cinzas

01/03/2006


Pior que o Campeonato Paranaense, só o carnaval de Curitiba. O dinheiro público que é destinado para as escolas de samba só serve para mostrar ao Brasil o quebra-quebra na apuração. Cadeiras voando são mais animadas que o desfile na Cândido de Abreu. "Carnaval bom vai passar o meu amigo. Ele vai para Curitiba com a namorada naqueles dias", afirmou o excelente Macaco Simão, semana passada.

E voando, assim como as cadeiras carnavalescas, está o tempo. Já estamos em março e até agora o Atlético não decolou. Não pela falta de um padrão tático de Lothar Matthäus ou da incapacidade de alguns jogadores que já demonstraram não servirem para o clube. A empolgação ainda é palavra chave para o rubro-negro. Quem se acostumou a pisar nos gramados históricos do Morumbi ou do Jalisco, não consegue viajar para Cianorte pensando nos buracos que vai ter pela frente.

A mordomia que é o Centro de Treinamentos do Caju e a aparição do clube para o mundo depois da chegada do alemão, também fazem com que a cabeça do nosso povo se sinta superior. Há argumentos para se sentir lá em cima? É claro que há. Só que não podemos conviver com essa mania para sempre. Uma grande campanha começa lá em baixo, contra Iraty, Beltrão, Coritiba ou J. Malucelli, adversário desta noite na Kyocera Arena.

Mesmo com a ressaca de carnaval, a quarta-feira de cinzas deve marcar um período mais alegre e centrado para o Atlético. Porque, se o amigo do Simão veio realmente para Curitiba, deve ter sido mais interessante acompanhar os últimos capítulos de Alma Gêmea e da série Lost. Futebol, por enquanto, é o que menos se viu por aqui.


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