Silvio Rauth Filho

Silvio Rauth Filho, 49 anos, descobriu sua paixão pelo Atlético em um dia de 1983, quando assistiu, com mais 65 mil pessoas ao seu lado, ao massacre de um certo time que tinha um tal de Zico. Deste então, seu amor vem crescendo. Exerce a profissão de jornalista desde 1995 e, desde 1996, trabalha no Jornal do Estado. Foi colunista da Furacao.com entre 2004 e 2009.

 

 

O Atlético e a seleção

23/02/2006


A Copa do Mundo de 2006 vai chegando e a expectativa de ver novamente um atleticano com a camisa da seleção aumenta a cada dia. Ou melhor, cresce a cada gol, drible e assistência do genial Dagoberto. Para quem acompanha todos os jogos desse fenomenal atacante, sabe que a ausência dele na equipe brasileira é uma injustiça.

Ninguém no Brasil consegue driblar tão rápido, jogar tão objetivamente, conquistar tantas faltas, pênaltis e cartões. Nem Robinho. O jogador do Real Madrid é mais acrobático e habilidoso, mas menos objetivo e decisivo. Muitas vezes dá show. Mas muitas vezes não resolve. Não quero dizer, com isso, que Dagoberto deva tomar o lugar de Robinho na seleção. Nada disso. O ideal é contar com os dois no mesmo grupo.

Hoje Dagoberto compete pela vaga aberta pela contusão de Ricardo Oliveira. Além do atacante do Atlético, os principais candidatos são Fred, do Lyon, e o paranaense Nilmar, do Corinthians. Definir por um dos três é uma tarefa muito difícil, principalmente porque são jogadores com características totalmente diferentes.

Fred é o centroavante clássico. Sabe cabecear, tem força física para enfrentar ogros croatas, finaliza com extrema precisão e ainda tem certa qualidade nos chutes de média distância. Entretanto, não possui muita velocidade e não é um driblador. Nilmar atua quase na mesma faixa de campo de Fred, mas lembra o estilo de Romário, ou melhor, do jovem Romário. Sua principal característica é tentar resolver a jogada com sutileza. Tem boa precisão nos chutes e um pouco de velocidade. Mas não tem força para enfrentar zagueiros nem impulsão e altura para cabecear em uma Copa do Mundo.

Bem diferente dos dois é Dagoberto, que atua 80% do tempo fora da área. Gosta de partir da lateral, cortar na diagonal, invadir a área, driblar um, dois, três... Todo mundo já viu essa jogada centenas de vezes, mas ninguém consegue parar o endiabrado atacante. A não ser com carrinhos e pontapés. Além da absurda aceleração aliada a técnica invejável, que o permite driblar em altíssima velocidade, Dagoshow tem boa mira nos arremates de dentro e de fora da área. Tem mostrado também muita qualidade nos cruzamentos e nos passes.

Tudo isso credencia o ídolo atleticano a entrar na seleção de Parreira, mas a decisão do técnico pode considerar dezenas de outros fatores. O jeito é esperar e torcer. E, por que não, esperar por 2010, quando teremos Paulo André, Tiago Cardoso, Jancarlos, Michel Bastos, Jadson, Pedro Odoni, Schumacher....


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