Rogério Andrade

Rogério Andrade, 52 anos, é administrador. Atleticano de "berço", considera a inauguração da Arena da Baixada como o momento mais marcante do Atlético, ao ver um sonho acalentado por tantos anos tornar-se realidade.

 

 

Cara de alemão, ginga de menino

20/02/2006


Olhar sério, postura correta e sorriso difícil de ser arrancado do rosto. Assim é a imagem de um cidadão alemão, podendo muitas vezes ser apenas conceitos ou preconceitos da nossa cultura, mas são geralmente as imagens que acabamos criando, seja pela convivência com a nacionalidade alemã, ou por conhecer um ou outro cidadão da terra da Copa.

Sem moleza, e com a mais pura verdade sobre as características acima citadas, o alemão mais atleticano do mundo, Lothar Matthäus, iniciou uma série de muito trabalho, a princípio considerados duvidosos, principalmente pela tendenciosa imprensa paranaense, mas que aos poucos mostra os resultados dentro de campo, e isso é o que de fato interessa ao torcedor atleticano. De uma coisa já temos certeza: quem quiser se firmar como titular no Atlético, terá que trabalhar, e muito! Bom para quem estiver realmente disposto ao desafio, bom para nós, torcedores rubro-negros.

Em meio a rodízios, experiência daqui, experiência dali, bronca de um lado, elogios de outro, o comando atleticano e seu elenco começam a deixar o torcedor mais tranqüilo e bem mais otimista. Mas o que faltava, se o time vinha ganhando os jogos? Faltava convencer, além de vencer. E jogando um futebol mais solto, aliando a vontade e a inteligência, o time começa a ficar com mais cara de Atlético, ou mais cara de Furacão, como queiram.

E se o Atlético, guerreiro e ousado, principalmente dentro da Baixada, já era imbatível, imagine um Atlético de cara feia, pisando forte e voando em campo. Imaginou? Isso mesmo, este é um Atlético diferente que está pintando no pedaço. Começa a alçar seus vôos com o garoto Dagoberto simplesmente encantando os amantes do futebol. Desde que voltou, não deixou a desejar. Vale lembrar que Dago está jogando muita bola na frente de um dos homens mais importantes do evento mais brilhante chamado “copa do mundo”. Uma bela referência! Fico imaginando Dagoberto vestindo a número 11 amarelinha e jogando ao lado de Ronaldinho Gaúcho, o melhor do mundo. Seria uma dupla e tanto, e olha que Dago nem bem voltou e já faz por merecer!

Torcida eufórica, cheia de esperanças, agenda cheia até o final do ano, diretoria que não está brincando em serviço, alemão de poucas palavras, mas de muito trabalho, e Dagoberto colocando a ginga do futebol no bico da chuteira. Assim fica fácil, o time joga fácil, o adversário facilmente se deixa envolver, e aqui, neste Atlético, o mais original e verdadeiro Atlético do Brasil, tem gol de zagueiro, de lateral, de volante e de atacante.

Prepare-se atleticano, para um ano cheio de delírios e muita alegria. Sim, porque aqui, a cara é de alemão, mas a ginga é de menino!


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