Juarez Villela Filho

Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.

 

 

Domingo é dia de futebol

14/02/2006


Pois é, domingo inteiro em casa, vendo todos os jogos possíveis. Não lembro quanto tempo havia, mas já fazia um tempão que não ficava em casa só vendo tv e procurando todas as pelejas disponíveis na telinha. Minha jovem sobrinha teve a paciência de me acompanhar em parte da aventura.

Primeiro o inconstante Milan. Acho que é coisa de rubro-negro mesmo, pois o time é bom, mas não é confiável. Enfrentou o Reggina e sapecou 4 X 1 fora de casa, de virada. Serginho é mais um, além de Gustavo Nery do Corinthians, Junior do São Paulo e Gilberto do Hertha Berlim, que estão jogando muito mais que Roberto Carlos do Real Madrid e que vão vê-lo titular na Copa. Kaká segue sendo um fora de série, da melhor escola do craque Zidane, jogando fácil, pensando rápido e sendo o diferencial. Concordo com o comentarista da Band: há 10 anos atrás Kaká seria o maior jogador do Brasil. Hoje temos tantos destaques, como os Ronaldos e Adriano que por vezes ele fica meio de lado, mas é craque.

Depois o bom e velho paranaense. Que maravilha! A “começar pelo começo”, com o exótico horário das 16h07, para entrar na grade de programação da nossa CNT, que está fazendo um esforço tremendo e que deve ser louvado, para transmitir o estadual. Até as propagandas são engraçadas e Fernando Gomes narra infinitamente melhor que o da outra emissora, a RPC (Retransmissora Paulista de Comunicação) que chamava veteranos e decadentes jogadores de “garoooouto”. Até mesmo a entrada do áudio da poderosa em meio às imagens da CNT foi divertido.

O Atlético, como bem descrito pelo amigo Rogério Andrade, jogou de maneira irresponsável, desinteressada e comodista, irritando o alemão Matthaus. Mas venceu e temos a certeza da plena recuperação do craque Dagoberto. Aliás, Dago segue sendo vítima da arbitragem, pois sofreu um pênalti claro no começo do jogo e ainda levou uma bronca do apitador. Que deixou de marcar mais um pênalti claro em Bruno Lança, nos deu um duvidoso na segunda etapa e inventou um para o Nacional.

Depois das últimas partidas, com inversão de faltas, falta de observação da lei da vantagem e mais cartões por reclamação do que por jogo violento, além dos estranhos gols nos acréscimos para os outros time da capital, lamento pela sorte deste campeonato, ainda mais com a provável absolvição dos grandões no “caso Bruxo”.

Daí fui ver os lances de América e Botafogo. Antes de criticar, vamos ao merecido elogio: eles fazem de uma simples final de turno, um evento! Sim, a tão falada, desejada, festejada, comemorada salve salve Taça Guanabara é o primeiro turno do campeonato carioca. E fazem todo aquele oba oba. Historicamente quem vence a Taça Rio (segundo turno) entra melhor e normalmente leva o carioca, mas o que vale é a festa. Digo isso porque semana passada algunxx cariocáxxx tiraram onda com o mosaico atleticano que homenageou o treinador Lothar.

Pra que puxar o saco do gringo? O que ele ganhou até hoje? Nossa, que coisa provinciana? Dizem isso por saberem que nunca terão organização e disciplina necessária para fazerem os painéis humanos que só a nação rubro-negra consegue e já por quatro vezes. Por outro lado, acham o máximo promover jogos mandrake pra ver se o Baixinho faz o milésimo gol. Não é à toa, que costumeiramente três dos quatro cariocas jogam o Brasileiro lutando pra não cair. O outro está na primeira, vindo do tapetão!

Adiante, o jogo da fria e burocrática Juventus contra a Internazionale, em Milão. Fria, burocrática, mas eficiente. O treinador é Fábio Capelo, mas bem poderia ser o Felipão. O time é marrento, joga duro, até mesmo de uma maneira feia, mas fica com o controle da partida praticamente todo o tempo e não se empolga com seus gols, nem tampouco se abala quando os leva. Time difícil de ser batido é esse Juventus, agora com uma mão no scudetto italiano.

Por fim, os folclóricos programas humorísticos, opa, esportivos nas noites dominicais. Assista com o espírito desarmado e não levando muito a sério que é diversão garantida! Os coxas tiveram um pênalti marcado contra si que foi um absurdo, enquanto o Paranito reclamou, bateu o pé e fez biquinho e teve seus reclames atendidos, pois graças a arbitragem ganhou um pontinho fora de casa.

O Corinthians segue com a ajuda do apito amigo, mas que sucumbiu ao melhor aproveitamento do time santista, enquanto o São Paulo com seus titulares mostra que vai entrar na Libertadores para vencer mais uma vez. É isso aí, acabou o domingo!

ARREMATE

O resgate do passado é o preço do futuro.


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