Bruno Rolim

Bruno Rolim, 42 anos, é bacharel de Turismo e jornalista. Filho de coxas, é a ovelha rubro-negra da família. Descobriu-se atleticano na final do Paranaense 90, com o gol do Berg. Foi colunista da Furacao.com entre 2002 e 2007.

 

 

Reflexões difusas: o CAP em 2006

11/02/2006


São Luís, 15 de fevereiro de 2006. Após uma pré-temporada de 10 partidas pelo Paranaense, o Atlético dará seu primeiro passo na temporada contra o Moto Clube, pela Copa do Brasil. E confesso que estou preocupado.

Não consigo compreender como aquela mesma equipe que brilhou no segundo turno no ano passado (houve perdas, mas foram poucas) hoje tem imensas dificuldades contra os ridículos times do interior paranaense, chegando ao ponto de tomar 3 gols dentro da Kyocera Arena para o Cianorte. A equipe ainda não apresentou padrão de jogo, os laterais estão sentindo a falta de ritmo, a zaga batendo cabeça. Atualmente, a impressão que se tem é a de que o Atlético é uma equipe de um único jogador, o grande Dagoberto. Sozinho, Dago infernizou a zaga do Rio Branco nesta última quarta-feira, e foi o grande responsável pela vitória, pois o Atlético não conseguia apresentar uma jogada estruturada.

Dentro desta visão, não se pode culpar o técnico Lothar Matthäus, pois ele ainda está se ambientando à equipe, conhecendo os jogadores. O próprio Lothar deixou implícito que o Paranaense será tratado como uma pré-temporada, como teste de jogadores e situações. Em um cenário neutro, o Atlético seria o favorito destacado à conquista do Paranaense, visto que os rivais da cidade reformularam suas equipes e ainda enfrentam dificuldades. Porém, esta política de desprezar o estadual pode não ser de todo benéfica, pois ainda que seja um título menor, é um título. E a torcida dificilmente aceitará algo que não o troféu.

Voltando à questão de Matthäus e a sua ambientação ao Atlético: lembro-me de que a diretoria falava que o técnico que viesse para o clube já teria à sua disposição uma equipe formada, forte. Gostaria de saber o que foi feito durante o mês de janeiro, pois ainda não se tem uma equipe pronta. E Lothar já terá uma missão difícil: organizar uma equipe com bons jogadores mas ainda sem padrão técnico e tático. Mas creio que terá sucesso nesta missão, pois ao menos o respeito dos jogadores ele já demonstrou ter conseguido.

Há erros sim. Mas enfim: não vai ser de muita valia ficar avaliando agora o estágio de preparação do clube, visto que em quatro dias se iniciará a jornada atleticana rumo a um 2006 de bastante sucesso. O ano que começou com uma imensa jogada de comunicação, divulgando o clube para o mundo, se encerrará da mesma forma, mas com títulos. E assim aquele "pequeno" clube das Araucárias vai galgando degraus e conquistando o respeito daqueles ditos como "grandes".

Uns exaltam suas glórias passadas. Nós lutamos para alcançar mais e mais. Esta é a grande diferença dentro do futebol estadual. E mesmo nacional.


Este artigo reflete as opiniões do autor, e não dos integrantes do site Furacao.com. O site não se responsabiliza e nem pode ser responsabilizado pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso dessas informações.