Juarez Villela Filho

Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.

 

 

Teorias da Conspiração

31/01/2006


O Brasil entregou a final da Copa de 98 para a França. Tudo fazia parte de um acordo, pois a população francesa estava ressabiada com as possíveis perdas econômicas de entrada do Euro e após anos de comando socialista, o governo de Jacques Chirac parecia estar chegando ao fim. O povo precisava de alguma alegria!

Sim, o Brasil vendeu a final, Ronaldo teve aquele piri-paque e ficamos com a promessa de ganharmos a próxima Copa e poder sediar a de 2014. Ah, também faz parte do acordo a alternância nas conquistas, agora é a vez de uma seleção européia que seja patrocinada pela outra multinacional de material esportivo.

E quem nunca ouviu falar que ‘entregamos a rapadura’ na semi-final do Brasileiro de 83? Sim, ficamos com a renda da partida do Maracanã e do super lotado Couto Pereira para fazer só dois gols no time de Zico e Cia. e ficarmos loucos de contentes durante anos com a 3ª colocação. Assim como em 1995, após termos subido com a vitória em Mogi Mirim sobre o time local, termos deixado os coxas fazerem a festa, sapecando 3 x 0 numa noite de Pachequinho e Alex. Depois eles só empataram no interior de São Paulo e subimos os dois pra primeirona, que maravilha!

O mundo é cercado de Teorias Conspiratórias, umas até mesmo engraçadas. Ninguém se lembra que de um lado tínhamos Junior Baiano comandando a zaga e que do outro Thuram, Blanc, Dessaily, Barthez e o extraordinário Zinedine Zidane faziam uma campanha estupenda, sendo a melhor geração já criada pela França desde Platini. Poucos se atentam que o time de Zico, Junior, Leandro, Raul e Nunes era uma máquina que se segurou o segundo tempo inteiro contra o time de Washington e Assis, que os cariocas foram campeões do mundo e eram a base da Seleção Brasileira que encantou o mundo na Copa da Espanha. É sempre mais fácil passar a culpa adiante.

Agora temos que ouvir o engodo do tal marketing atleticano. Sim, a vinda de um ícone do futebol mundial como Matthäus é só marketing, talvez o caboclo não entenda nada do riscado. Acho que a Arena Store vai começar a vender chaveiro em formato de caneco de chope, chapéu, aquele típico germânico, nas cores rubro-negras e que a Umbro lançará uma camiseta com o simpático e belo sorriso do alemão. Melhor ainda, com a foto dele ao lado da esposa, essa sim lindíssima!

Senhores críticos, colunistas, um que é até ouvidor do time do coração, desinformada e tendenciosa imprensa do eixo, deixem o alemão trabalhar. Não necessariamente ele será um grande treinador, basta comparar com os medianos (para não dizer medíocres) ex-jogadores Wanderlei Luxemburgo e Luiz Felipe Scolari, dois excelentes treinadores e outros grandes jogadores que são treinadores apenas medianos.

As atenções estão voltadas ao alemão e ele tem uma grande vantagem, por mais irônico que isso possa parecer: não conhece ninguém. Logo ele verá o descabimento que é ter um sujeito como Rodriguinho de titular e tentar ver alguma coisa no Cristian por exemplo. Matthäus sabe da coisa, não deve inventar, nem “revolucionar” o futebol pentacampeão do mundo, mas vai mostrar trabalho, uma das qualidades sempre apontadas como características do povo alemão.

Paciência e persistência. O ano está só começando e com certeza teremos muitas alegrias, sem Teorias Conspiratórias, sem pressões externas, sem um treinador interino que fez muita bobagem e com muita esperança de dias melhores. E quem sabe, com Adriano, com Dagoberto? Vamos torcer!


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