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Juarez Villela Filho
Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.
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Vitória da seriedade
26/01/2006
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Tempo, dinheiro, além do crédito de uma falta ao trabalho com minha chefe. Esse o resultado da viagem à simpática e sempre acolhedora cidade de Irati na tarde de ontem, quando o Atlético, com uma atuação abaixo da crítica, perdeu para o time local.
Quando cheguei, o Azulão já vencia por 1 a 0, mas depois vi na TV a falha (mais uma) do goleiro Tiago. Por sinal, o goleiro atleticano vai demonstrando uma incrível regularidade, leva gols bobos em praticamente todos os jogos. O nervosismo que transmite passa para todo o sistema defensivo que teve em Alan Bahia, improvisado na segunda etapa de terceiro zagueiro, seu melhor jogador. Danilo teve que segurar as pontas, mas está dando muitos chutões e Paulo André, se havia feito sua pior partida contra o Rio Branco, superou-se ontem, chegando atrasado em quase todos os lances e parecendo padecer de melhor preparo físico.
O time foi um amontoado em campo, com duas criaturas que merecem ser apresentadas ao cineasta George Lucas, o mago da ficção científica: Cristian e Rodriguinho. O senhor Vinícius Eutrópio, o qual devoto todo o respeito como membro do corpo técnico do Atlético e cujo brilhante trabalho no departamento de formação atleticano é visto a olhos nus, é um peixe fora d'água como treinador. O time é um verdadeiro amontoado, com jogadores no meio-campo correndo mais perdidos que coxa-branca no dia dos pais e não há ligação entre os setores. A ida de Ferreira para o ataque no segundo tempo sepultou qualquer oportunidade de reação, pois os avantes Denis e Rodrigão, apesar de esforçados, não recebiam a bola em boas condições.
Tudo bem, ele é interino e está apenas preparando o terreno para a chegada de Matthäus. Mas vai entregar o que? Um time cheio de dúvidas, ainda mal fisicamente, sem padrão de jogo, sem nenhuma jogada ensaiada e com a torcida já pegando no pé?
Por fim, o resultado coroou a boa atuação do Iraty, que não brincou em momento algum e jogou os 90 minutos com dedicação. Por sinal, a imprensa local cobrava o mesmo empenho do Azulão contra os outros times, não só contra os da capital. Tocaram bem a bola, não se intimidaram e chegaram a pôr o “poderoso” Atlético na roda nos momentos finais. Atuação boa de Evandro Roman, a não ser pelo pênalti inexistente no final do jogo e ainda mais pelo injusto cartão dado a Jancarlos, suspendendo-o da próxima partida. De qualquer maneira, o Iraty esteve sempre muito mais próximo e merecedor da vitória do que o sonolento e desinteressado elenco atleticano.
Pra terminar, duas indagações: se o time não leva o Paranaense a sério, se o importante é a Copa do Brasil e o Brasileiro, por que não colocar um time somente formado por reservas e juniores, cobrar R$ 10 na Baixada e parar de desculpas esfarrapadas? Temos um nome a zelar! Outro ponto: se ficarmos eternamente dizendo que os “pequenos” entram com tudo contra o Furacão, que o Atlético é o time a ser batido e todos querem tirar uma casquinha, perderemos sempre para os times menores, como Iraty, Rio Branco, Coritiba e J. Maluceli?
ARREMATE
Meus parabéns aos integrante da Rádio Vale do Mel, de Irati. Um pecado a rádio curitibana, com raríssimas exceções, não ter a coerência, inteligência e imparcialidade que os interlocutores daquela estação demonstraram ter na tarde de ontem.
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