Sergio Surugi

Sergio Surugi de Siqueira, 66 anos, é Atleticano desde que nasceu. Neto de um dos fundadores, filho de um ex-presidente do Atlético, pai e avô de Atleticanos apaixonados, é doutor em Fisiologia e professor. Foi colunista da Furacao.com entre 2005 e 2009.

 

 

Do caldeirão direto para a fogueira

22/01/2006


1. Do caldeirão:

Conta a lenda que um cara morreu e foi direto pro inferno. Lá chegando, foi recebido pelo diabo de plantão, o qual informou ao pecador que ele tinha que escolher um caldeirão pra ficar dentro, cozinhando por uma eternidade. O cara olhou a fila de caldeirões ferventes e notou que em quase todos eles havia no lado de fora um diabinho com um tridente, espetando e mandando de volta pra dentro todos os que tentavam escapar. Com um pouco mais de atenção, reparou que lá no final do salão, tinha um caldeirão sem o tal diabinho de guarda e logo escolheu: "quero aquele!", achando que dali ele teria uma chance de escapar. O diabo chefe prontamente retrucou: "Ih, meu! Você tá ferrado, aquele é caldeirão do Paraná".

E o pecador: "Seja o que for, lá não tem diabinho de guarda e eu quero ir pra lá".

Por fim, o diabão resolveu o mistério: "Claro que não tem. Não tem e nem precisa, porque naquele caldeirão o pessoal que tá lá dentro puxa pela perna todo mundo que tenta sair".

Enquanto isso, o torcedor do nosso Paraná, terra onde está o segundo melhor time das Américas, o time que está trazendo ao Brasil um dos maiores ídolos de futebol europeu de todos os tempos, o time que está na mídia do mundo inteiro; no domingo, assiste pela TV à Santos x Não-sei-quem e na quarta, o jogaço São Paulo x Santo André.

Coisas do caldeirão. Não o do Huck, nem o da Baixada.

Eu nem devia estar escrevendo sobre esse tema. O Campelo no Furacao.com e o Mafuz na Tribuna, já esgotaram o assunto com muito mais competência. Só dei o meu pitaco porque acho que é obrigação de todo paranaense (inclusive da Rede de Comunicação) defender as coisas do nosso Estado. Mesmo que seja repetitivo.

2. Para a fogueira

Fui estrear o meu pacote novinho em folha no jogo contra o Beltrão. Apesar da camaradagem dos velhos amigos e vizinhos de cadeira, Ick, Jô e Fatuch, acabei por assistir a um Atlético com os piores defeitos que pode mostrar um time de futebol: fragilidade na retaguarda e falta de agressividade no ataque.

Não precisa mais do que isso para transformar um time medíocre como o Francisco Beltrão num adversário temível. Foi o que rolou.

Se não bastasse a ineficiência, jogamos sem alas (com dois laterais recuadíssimos), contra um time que tinha nove ou dez na defesa.

E o nosso técnico (espero) interino, tentando justificar com besteirol, o comportamento do time. Incrível como estes técnicos novos aprendem a engambelar a torcida antes de aprenderem a armar um time com competência.

Deve ser mais fácil.

Mas fica a pergunta: será que devo me preocupar?


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