Patricia Bahr

Patricia Caroline Bahr, 43 anos, é jornalista e se descobriu atleticana nas arquibancadas do Pinheirão, no meio da torcida, quando pôde sentir o que era o Atlético através dos gritos dos torcedores, que no berro fazem do Furacão o melhor time do mundo. Foi colunista da Furacao.com entre 2002 e 2010.

 

 

Encontros e desencontros

19/01/2006


Como é bom voltar para casa. Ontem, depois de 52 dias sem jogos na Kyocera Arena, voltamos ao estádio, numa sucessão de encontros e desencontros. No final dos 90 minutos, o resultado era o esperado: goleada do Furacão e consagração de alguns heróis atleticanos.

De imediato, encontramos (ou melhor, reencontramos) os amigos da Baixada. Ah, e não é que nesses quase dois meses longe do estádio eles acabaram fazendo falta? Tem os que a gente só vê antes do jogo, na tradicional passadinha no Praja. E tem também as “figuras” de dentro do estádio, mais especificamente da curva da Buenos Aires inferior: o corneteiro, aquele que não pára de cantar um segundo, o que vai para tomar cerveja, o que vai para conversar, a que vai para agitar, o que faz “tipo” a semana inteira dizendo que não vai, mas na hora sempre aparece... E também desencontramos outros amigos, que não foram ao jogo ou porque ainda aproveitam as férias, ou porque acham o Paranaense sem graça, ou porque culpam o preço do ingresso... Fizeram falta!

Encontramos o time do Atlético, o bom futebol de Ferreira, a determinação de Jancarlos, o reencontro com Michel Bastos, que agora volta em grande estilo. O resultado disso tudo: uma goleada mais do que previsível do Furacão. Quem parece que se desencontrou foi o time do Nacional, em especial o goleiro Odair, numa provocação gratuita à torcida atleticana. Sinceramente, não entendo como tem gente nesse mundo que gosta de ser xingada, vaiada. Odair encontrou a provocação e desencontrou o bom-senso. Azar o dele, que nos fez encontrar sessões de boas risadas...

Também reecontramos um eterno ídolo: Dirceu, hoje técnico do Nacional, que teve momentos em que deve ter pensado em voltar a seus tempos de jogador, para talvez dar um pouco mais de brilho ao time que hoje comanda. Reencontramos Dirceu, sonhando com Matthäus, o assunto da vez entre os atleticanos.

Encontramos um gramado lindo, perfeito e agora até mais “limpo”, sem as tradicionais placas de publicidade. A bola fora foi desencontrar os gols do Furacão depois da partida, nos telejornais da noite ou de hoje pela manhã. É o preço que pagamos pela determinação da Federação Paranaense e da comissão de clubes da Série Ouro do Campeonato Estadual.

De todos os encontros, um vale menção especial. Reencontramos Adriano e ele reencontrou o seu bom futebol com a camisa Rubro-negra. Para coroar a reestréia, um gol, que abriu o caminho para a goleada atleticana. De alguma forma, ontem, além dos atleticanos, Adriano também sabe que voltou para casa. Voltou para o Atlético, onde sempre jogou como diz o hino e como a torcida sempre quer: com muito amor. Seja bem vindo, Gabiru!


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