Ricardo Campelo

Ricardo de Oliveira Campelo, 44 anos, é advogado e atleticano desde o parto. Tem uma família inteira apaixonada pelo Atlético. Considera o dia 23/12/2001 o mais feliz de sua vida. Foi colunista da Furacao.com entre 2001 e 2011.

 

 

Grandes goleiros

22/12/2005


Chegou a vez da nova safra de goleiros disputar posição no Atlético. Cléber, Tiago Cardoso e Vinícius são jovens e mostraram que têm grande potencial. Vantagem para o primeiro, que teve um excelente desempenho no difícil campeonato da Série B pelo Santa Cruz, em que recebeu o prêmio de melhor da competição. Por esta experiência mais contínua, deverá ser o titular. Tiago Cardoso, com uma envergadura excepcional, também provou sua qualidade nas partidas que disputou pelo Brasileiro. E Vinícius, quando atuou contra o Cruzeiro, também impressionou, deixando claro que também tem condições de ser o camisa 1 atleticano.

Está surgindo no Atlético uma geração de excelentes profissionais do gol. É preciso que a torcida tenha paciência e saiba avaliar com cautela. Dando chance a estes três garotos, poderemos ter sucessores para os três grandes goleiros que passaram pelo Atlético nos últimos anos. Vale relembrar.

Ricardo Pinto: Ricardo chegou em 1995 para ser um dos maiores ídolos da história do Clube. Começou bem e já ganhou a confiança da torcida, com quem construiu uma relação de forte carinho. Uma pena seu único título ter sido o Brasileiro da Série B. Ricardo merecia mais, principalmente em 1996, quando foi magnífico. Nunca me esquecerei dos milagres que fez no Beira-Rio, quando vencemos o Inter por 2 x 0, mostrando que aquele time realmente era uma força. Ainda defendeu o Atlético em 1997, em um time que infelizmente não tinha tanto brilho.

Flávio: Em 1998, Ricardo deixou a meta atleticana. A diretoria resolvera apostar em Flávio, reserva imediato que já dera mostras de sua ampla qualidade. Flávio começou já com o título de Campeão Paranaense de 1998. Na final, fez uma defesa espetacular em um tirambaço de Sandoval, do Coritiba. Em 1999, consolidou-se na posição. A partida mais memorável foi contra o São Paulo, no segundo confronto da Seletiva para a Libertadores. O Pantera fechou a meta atleticana no Morumbi com intervenções esplêndidas, ajudando a levar o time para a sua primeira competição internacional. Flávio ainda foi peça decisiva e três títulos estaduais, e no maior título da história do Clube, que completará quatro anos nesta sexta-feira.

Diego: Em 2003, mais um ato ousado da diretoria, que não renovou o contrato de Flávio e foi buscar no Juventude o goleiro eleito o melhor do Brasileirão do ano anterior. E o gaúcho correspondeu às expectativas, sendo o principal jogador do (fraco) time no Brasileiro de 2003. Consolidou-se como ídolo da torcida, e no ano seguinte também fez um ótimo nacional. O auge foi realmente em 2005, quando além de ter fechado o gol na final do Paranaense, teve intervenções fundamentais para levar o time à final da Libertadores. A “defesa do Jalisco” foi a mais impressionante que já vi um goleiro atleticano fazer. O empate por 1 x 1 contra o Flamengo, no Brasileiro, também ficou marcado por duas defesas monumentais. Agora, Diego parte para uma nova fase da carreira. Vai para o Fluminense, receber melhor e sonhar mais de perto com a Seleção. Faz parte da vida e da profissão do jogador. Minha rejeição ao time carioca impede de desejar glórias maiores, mas desejo ao goleiro toda a sorte do mundo, em especial quanto ao sonho de vestir a amarelinha. Torço para que, por lá, as críticas sejam mais embasadas e menos pessoais.

Ricardo Pinto, Flávio e Diego foram grandes goleiros atleticanos. Falharam, sim, mas defenderam muito mais e é por estas defesas que ficarão lembrados. Cléber, Tiago e Vinícius também falharão, como é natural da posição. Resta torcer para que as defesas também sejam mais numerosas que as falhas, e entender estas com naturalidade e a consciência de que não existe jogador perfeito. Temos tudo para que a seqüência de excelentes goleiros no Atlético seja continuada.


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