Juliano Ribas

Juliano Ribas de Oliveira, 51 anos, é publicitário e Sócio Furacão. Foi colunista da Furacao.com entre 2004 e 2007 e depois entre março e junho de 2009.

 

 

O preço do Atlético

19/12/2005


Depois do melhor ano da história recente atleticana, vem chegando 2006, um ano que promete muitas emoções e exigirá dos atleticanos um grande compromisso com o clube que tanto amamos. O ponto mais importante é o início do projeto que concluirá a majestosa Kyocera Arena, o ideal máximo de todo atleticano. Mas muita coisa ainda acontecerá neste ano que chega alvissareiro. O galopante crescimento do Furacão será ainda maior.

O Atlético não pára de crescer. A queda do muro do colégio é um sinal físico de como o Atlético se alastra, de como ganha corpo por necessidade de vida, fagocitando espaços, ampliando os horizontes dia-a-dia. Crescimento que se materializa também em um CT do Caju cada vez mais extraordinário, com novos campos de futebol e hotéis, novas estruturas médicas e de fisiologia, de musculação, novas salas de massagem, vestiários e muito mais, tanto que, um rol das inovações no CT tomaria boa parte desta coluna. As escolinhas de futebol com a excelência da grife Atlético Paranaense tomam conta de várias cidades do Paraná e do Brasil. O Atlético também investe fortemente em tecnologia de informação para a Kyocera Arena e para a gestão do clube como um todo. Nos planos ainda estão uma universidade de futebol, a Areninha de 8 mil lugares e um museu que registrará as glórias desde 1924. Uma estrutura gigantesca e cara.

O Atlético está cada vez maior e cada vez mais caro. Apesar dos esforços desta competente diretoria capitaneada por Mário Celso Petraglia e João Augusto Fleury da Rocha em buscar parceiros, patrocinadores e fontes alternativas de renda, o Atlético precisa ser alimentado financeiramente em várias frentes. Uma delas tem ligação direta com os atleticanos, que é a renda de bilheteria e "season tickets". Depois de um 2005 recheado de emoções e com a marca Atlético ganhando visibilidade no Brasil, por toda a América e pelo mundo, espera-se do Atlético em 2006 um ano, no mínimo, brilhante. É anseio da massa rubro-negra, que também cresce vertiginosamente e ultrapassa facilmente um milhão de pessoas, ver o Furacão vencedor.

Mas para isso, é mister fazer sua parte. Não é muito o que o Atlético pede. Pede apenas que, neste universo gigantesco de um milhão de rubro-negros, uma pequena parte se comprometa com o clube sendo fiel financeiramente, comparecendo ao estádio e adquirindo os pacotes. Nem todos podem adquiri-los, tendo em vista que o as condições financeiras do brasileiro não são ideais para muita gente, mas aqueles que têm condições devem ajudar no que for possível, mesmo que fazendo um pequeno sacrifício. Temos que ajudar a pagar esta conta que o ideal chamado Atlético demanda. O Atlético é dispendioso, dá trabalho e pede sacrifícios, todos sabem que ser grande fora do eixo da mídia é muito mais difícil, e fazer isso tudo sem ir à bancarrota, à falência, como muitos grandes clubes foram, é um enorme desafio. É por isso que os incompetentes de alguns clubes "grandes" precisam tanto da ridícula loteria Timemania, que é um prêmio à incapacidade, à ingerência, à mesmice e à falta de imaginação.

Um grande clube tem a necessidade principal que é mostrar dentro de campo o brilho da instituição com títulos, conquistas e mostrar-se superior às outras agremiações. Um técnico de peso custa muito, um plantel competitivo também, mas ninguém pensa nisso quando está comemorando um título. É importante lembrar que tudo tem um preço e o preço do Atlético como um todo é proporcional aos nossos sonhos e nossas ambições. Temos pela frente neste ano a mais importante empreitada das nossas vidas que é o início da conclusão da nossa casa que até o final de 2007 deve abrigar 40 mil pessoas com todo o conforto e modernidade que só o Atlético pode proporcionar no Brasil. Este ideal deve ser compartilhado entre todos os atleticanos, cada um ao seu modo e cada um ajudando dentro de suas possibilidades.

Temos muitos sonhos, e, como diz Petraglia: "aquilo que se pode alcançar é infinito". Vamos em busca do infinito, vamos fazer o impossível, vamos derrubar ainda mais muros, superar trincheiras, voar até onde nossa grandeza nos levar. Mas o mundo de hoje não permite que realizemos apenas por sonhar o sonho, temos que pagar o preço. Quanto você pagaria para ver o Atlético dominando a América e o mundo? O que você daria em troca da emoção de ver um Atlético, outrora humilhado, conquistando a América? Isso não tem preço, como diria o bordão da propaganda do cartão de crédito. Há muitas cadeiras por um preço bem razoável na Kyocera Arena esperando aqueles que acreditam no sonho, aqueles que pagam para ver, que não temem o fracasso. Tenho certeza que o Atlético vai proporcionar muito mais jogos do que os previstos na temporada, irá longe na Copa do Brasil, Paranaense e Sul-Americana, fazendo o pacote - que já tem um preço justo, que reduz consideravelmente o custo unitário dos ingressos e fica ainda melhor com as promoções - valer muito à pena. Basta acreditar. Atleticano não tem medo e vai em busca da realização dos seus sonhos. Pague para ver.


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