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Patricia Bahr
Patricia Caroline Bahr, 43 anos, é jornalista e se descobriu atleticana nas arquibancadas do Pinheirão, no meio da torcida, quando pôde sentir o que era o Atlético através dos gritos dos torcedores, que no berro fazem do Furacão o melhor time do mundo. Foi colunista da Furacao.com entre 2002 e 2010.
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Um sonho em Yokohama
18/12/2005
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Quando o relógio despertou, às 7h30 da manhã deste domingo, um filminho passou em minha mente. Um filme que tinha no roteiro esperança (afinal, era para ser o dia mais importante de nossas vidas) e cenas de um verdadeiro pesadelo, ao relembrar as imagens daquele 14 de julho. Por alguns instantes, minha mente imaginava Curitiba vestida de vermelho-e-preto, uma enorme concentração em frente à Baixada desde as primeiras horas do dia. Aí retorno à realidade... e acho que foi hoje que realmente caiu a ficha: era para ser nós no Estádio Internacional, em Yokohama.
O sonho de conquistar o mundo nos passou muito perto. E depois dos 90 minutos de Liverpool e São Paulo, tive a certeza ainda maior de que Diego; Jancarlos, Paulo André, Danilo e Marcão; Cocito, Alan Bahia, Ferreira e Evandro; Dagoberto e Aloísio tinham tudo para levar o Atlético ao topo do futebol mundial. O sonho foi adiado, mas jamais abandonado. Afinal, desde aquela fatídica noite de 14 de julho, sempre tive em mente: “a gente não perdeu, só deixou para mais tarde”.
O São Paulo é hoje campeão mundial de fato e de direito. Foi mais eficiente que o Liverpool na partida deste domingo. Sentimento esse que os são-paulinos não podem dizer da conquista da Libertadores, quando foram covardes em fugir da Baixada.
Mas, ao contrário do que muitos possam pensar, esse texto não pretende desmerecer o título do São Paulo e muito menos reviver os momentos que a Libertadores 2005 nos proporcionou. Serve para fazer mais uma vez cair a ficha do quanto o futebol paranaense se tornou “pequeno” para os sonhos atleticanos.
Junto conosco, em Curitiba, temos um rival de segunda, que vive uma das eleições mais patéticas da história do futebol brasileiro. Cenas ao melhor estilo comédia pastelão, que só nos mostram que o caminho do Coritiba pode ser ainda mais distante que a segundona...
E lá para os lados das Vilas, vemos o presidente paranista tentando desesperadamente chamar atenção, cutucando-nos como “inimigos”, meio que para nos fazer lembrar: “ei, estou aqui, eu existo! Posso incomodar???”. Se nem rival o Paraná tem cacife para ser do Atlético, imagine inimigo.
É, minha gente... a cada dia que passa o Atlético dos Paranaenses toma mais a cara de Atlético do Brasil. 2006 está aí, para colocarmos em prática muitos de nossos sonhos e, assim, quem sabe, em 2007 sermos nós o representante do Brasil no Japão. Vamos trabalhar para isso.
PS: Fazia tempo que eu não escrevia neste espaço. Às vezes me faltava tempo, outras inspiração. Mas, mesmo distante de escrever os textos, em momento algum me ausentei da minha paixão, que é o Atlético. Quero agradecer de coração às manifestações que recebi para retornar. Hoje marco o meu retorno e prometo em 2006 ser muito mais presente com as minhas colunas. Um beijo e saudações atleticanas.
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