Sérgio Tavares Filho

Sérgio Juarez Tavares Filho, 45 anos, é jornalista e morou até os 12 anos em Matinhos, litoral do Paraná. Acompanha o Atlético desde que nasceu e vive numa família 100% rubro-negra. Até os cachorros se chamam Furacão e Furacão Júnior. Foi colunista da Furacao.com entre 2001 e 2009.

 

 

Pesadelos

07/12/2005


Eu nunca gostei do Coritiba. Passei a minha infância tendo que aturar aquela estrela amarela desbotada que eles ostentam em cima do umbigo. Os meus pesadelos não eram com a Cuca do Sítio do Pica-Pau. Quem atrapalhava o meu sono era o Lela, aquele com as mil e uma caretas. Como gostava de marcar gol no Atlético aquele sujeito. Para os coxas tudo dava certo. Até nas brincadeiras onde eu era o Manguinha, alguém imitando o Gérson levava a melhor.

Mesmo sofrendo um bocado, alimentei mais ainda a minha paixão pelo rubro-negro. Nunca o abandonei e sempre tive a esperança de dias melhores. E esses dias chegaram há mais de 10 anos. E já faz mais de 10 anos que a torcida do Atlético vem dando um show nos estádios. É show com sorrisos, criatividade e empolgação. As imagens que o Brasil conhece do mundo rubro-negro são de alegria, felicidade e muita mulher bonita. O contraste está no Couto Pereira. Já é difícil de se captar algo decente nas arquibancadas por causa de sua arquitetura ultrapassada e quando isso é feito vemos um povo se acabando de chorar (choram o Nescau derramado?). Cenas dignas de novela mexicana (por onde anda a Maria Joaquina?).

Chega de escrever sobre o Coritiba. Hoje eu durmo com tranqüilidade e sei que o meu time tem onde treinar, os jogadores têm uniformes decentes, as contas estão em dia e não somos mais coadjuvantes no cenário brasileiro. Se tem campeonato, entramos para ganhar. Do outro lado deve ter gente lembrando de Oséas, Paulo Rink, Lucas, Nem, Alex Mineiro, Kléber, Washington e Lima. Isso sem falar do comandante Petraglia, "criado" por eles, num Atletiba de Páscoa. O mundo dá muitas voltas, co-irmãos!

Sonhos

Adeus, meus sonhos, eu pranteio e morro!
Não levo da existência uma saudade!
E tanta vida que meu peito enchia
Morreu na minha triste mocidade!


(Alvares de Azevedo; Adeus, Meus Sonhos)


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