Jones Rossi

Jones Rossi, 46 anos, é repórter do Jornal da Tarde, em São Paulo, e um dos fundadores do blog De Primeira. Foi colunista da Furacao.com entre 2005 e 2008.

 

 

Amor de um real

06/12/2005


Jornalistas costumam ser corporativistas, fecham os olhos para os erros da classe. Bem, eu não estou nem aí para os "coleguinhas". E o pessoal do Paraná está pisando feio na bola ao enaltecer o "amor" da torcida coxa-branca pelo time no jogo do último domingo. No mínimo estão desviando a atenção dos erros cometidos pela administração coxa-branca. Não que eu esteja preocupado com o futuro do Coritiba. Na verdade não dou a mínima, quero mais é que se perpetue na segunda e na terceira divisões (os coxas sempre se orgulharam de nunca terem caído no campo para a segunda divisão, mas se esquecem que caíram dentro dele para a terceira). Mas é que irrita este oba-oba da imprensa em cima da torcida brócolis. A um real, nescau, e sei lá mais o quê, é fácil encher estádio, liderar média de público. Agora, perguntem: quem arrecadou mais? Assim como em 2004, foi o Atlético.

Quero ver todo esse amor na segunda divisão, a dez reais. Até porque a diretoria alviverde não terá moral para cobrar mais que isso. Sem o grosso da grana da TV, a principal fonte de arrecadação virá das bilheterias. Cobrando um real, o maior "craque" dos alfaces será outro vegetal, o Batatinha. Ou seja, terão que ser realistas e cobrar algo que cubra, ao menos parcialmente, as contas do clube. Daí será aquela meia dúzia de sempre, mostrando que a "maior torcida do Paraná" é no máximo igual à da Portuguesa ou à do América-MG. E também vai aquele pessoal das organizadas, usualmente contemplados com ingressos em troca do apoio político dado ao chefe do circo, Gionédis, reeleito por um voto.

Mas chega de falar do time dos chorões. A imprensa perde tempo com eles porque até espaço para o Malutrom e para o Londrina são obrigados a gastar. Não seria diferente com o rebaixados. Da minha parte, volto com inegável satisfação a só tratar dos assuntos do grande Atlético. Até porque fica mal falar de quem já morreu.


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