Rogério Andrade

Rogério Andrade, 52 anos, é administrador. Atleticano de "berço", considera a inauguração da Arena da Baixada como o momento mais marcante do Atlético, ao ver um sonho acalentado por tantos anos tornar-se realidade.

 

 

Segunda divisão, com chorinho

05/12/2005


Coritiba, pequeno Coritiba, quem não te conhece que te compre!

Coritiba, vice-campeão paranaense de 2005. Coritiba de Gionédis, de Evangelino e do Bradesco. Coritiba de Reginaldo Nascimento, de Capixaba e de Caio (e de fato caiu). Coritiba de uma nação chorona, arrogante e pequenininha, em pensamento e em atitudes. Coritiba, rebaixado Coritiba.

Coritiba de um povo que, se sonhava em pagar apenas um real para ver o Coxa, realiza no dia 04 de dezembro de 2005 seu lindo sonho. Na segundona, um real, mais dois “real” de busão, e pronto, o torcedor, aquele chorão que foi mostrado para todo o Brasil, poderá ver seu timaço em campo. E com Capixaba e tudo! Já pensou? Que maravilha!

Ah Coxa, time que nos alegra e que nos faz sorrir. Ontem, hoje e por muito tempo, se o atleticano chorar, só se for de emoção. Emoção de um título ou de uma grande vitória sobre um time grande, pois os pequenos deste ano ainda choram de tristeza, e pelo jeito as Casas Pernambucanas ainda irá lucrar bastante com a venda de toalhas.

Oh glorioso, o que seria deste início de semana sem tua queda ao abismo da segunda divisão? O que seria deste início de dezembro, mês de Natal, se o teu presidente não demitisse o Cuca às vésperas do jogo contra o segundo maior time da América? O que seria do nosso povo curitibano se não existisse Douglas e companhia ltda? E o mais importante, o que seria da nação paranaense, não fosse o inteligente departamento administrativo do “verdão”?

Excelente! Excelente vocês terem deixado a elite do futebol nacional. O nosso Estado perde com isso? Ora, ora, só a imprensa maluca e verde e branca pra falar uma tolice deste tamanho. O Estado do Paraná cresce, e muito com isso! Daqui pra frente, creio que o lema pode ser trocado para: “Oh, vergonhoso...”

É isso aí Coxa! Bela estratégia de passar um “batonzinho” verde para receber os clubes da segunda divisão em 2006. E eu quero ver mais de 25 mil pessoas, seja contra Avaí ou Guarani, em um grande coro gritando que tem muito orgulho e muito amor pelo seu clube de um real e mais uns trocados que ainda devem ao Banco Bradesco. Mas não pode chorar, combinado? Aliás, fica aqui a dica para uma faixa no Tremendão em 2006: “Quitação do Bradesco – eu acredito”.

Meu caro “vergonhoso” (forma mais confortável de lhes chamar a partir de hoje), quem te viu, quem te vê! Quem viu pela TV então, com certeza pensou que estava olhando para um monte de gente inocente, que não merecia tamanho desgosto. Quem viu as cenas das máscaras misturadas com as lágrimas (sim, pois aquela tinta guache vira uma meleca quando se mistura com as lágrimas), achou, não tenha dúvida, que você era um coitado. “Oh, coitadinho verdão, tão feinho e tão humilhado”, não merece cair para o mundo escuro da bola.

É Coxa, não adianta fazer carinha de coitado e nem beicinho de bundão. Você foi pra “fita”, e aqueles pais que seguravam seus filhinhos no colo, por favor, repensem sobre suas preferências e pelo menos dêem aos seus filhos o “prazer em sorrir”. Se não fizerem isto com urgência, o próprio destino tratará de fazer.

Vai Cori. Cori Ação, Cori do Tremendão, Cori o mais chorão! Segue teu caminho, aquele que você teimou tanto em trilhar, e que, felizmente, chegou! Vai jogar nos campos da várzea, local que combina perfeitamente com teu tamanho. Estaremos todos muito felizes neste final de ano, torcendo por mais um presentão para 2007, sua presença na terceira divisão. Bom, pelo menos até lá vocês terão um ano inteiro para acumular novas lágrimas e nos fazer também chorar, de tanto rir!

“Vou festejar, vou festejar, o teu sofrer....o teu penar”

Coxa, vá pro inferno!


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