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Fernanda Romagnoli
Fernanda Romagnoli, 51 anos, é atleticana de coração, casada com um atleticano e mãe de dois atleticanos. Foi colunista da Furacao.com entre 2005 e 2009.
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O resto é o resto
25/11/2005
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Estes últimos dias nos mostraram e mostram o quão no fim deste Campeonato Brasileiro de 2005 nos encontramos. Desmanche de times (inclusive do nosso); palavras impensadas de jogadores; desespero de alguns presidentes e destempero de outros, erros reincidentes misteriosamente cometidos pelo arbitro que pede desculpas antes de ter revisto o lance. Observando tudo e dada nossa colocação na tabela, tenho a mais nÃtida certeza que estamos naquele momento de diversão, de forma pura e despreocupada.
Particularmente, estou satisfeita com este ano. Não me contento com pouco, apenas fico feliz com nossa atual posição se considerarmos todos os fatos: os olhos desconfiados com que olhamos o elenco lá no inÃcio do ano, a situação do começo de campeonato, a Copa Libertadores, as perdas, os ganhos e tudo mais que ocorreu. Temos de nos orgulhar de tudo o que está acontecendo com o Atlético e por causa dele. Já temos o melhor estádio, teremos o melhor centro de treinamentos. Ganhamos um campeonato há quatro anos e não nos acomodamos. Talvez incomodaremos ainda mais, certamente já somos invejados por muitos. Afinal, ninguém faz tanto investindo apenas o preço justo, nem mais nem menos.
Poderia citar inúmeras outras razões do meu orgulho atleticano, mas não é bom salientar essas coisas do ego antes de agir, de ter as coisas prontas. Temos exemplos bem próximos de nenhuma grande ação combinada a alta exposição egocêntrica por parte de pessoas que se julgam estar ainda no alto de suas glórias passadas. Não adianta vir agora com aquela falsa humildade mascarando a arrogância vazia que perdura há anos. Deitaram em berço esplêndido e....dormiram.
Vou ter de abordar este assunto mesmo sabendo que tratar do coxa é gastar vela boa com defunto ruim, mas quero me posicionar. Não serei hipócrita em dizer que torço para que os verdes fiquem na primeira divisão. Acredito que torcer remete a coisas positivas, não tendo portanto, nenhuma relação com eles. Devo assumir que não gostaria de vê-los permanecer na primeira divisão, nem pelo bem do futebol paranaense como tem sido usual afirmar. Ora bolas! O futebol paranaense como deveria ser é o Atlético Paranaense. Simples de entender para quem ama futebol e aprecia uma bela estratégia, e isso, só nós temos neste Estado. Acrescento a justificativa da minha falta de altruÃsmo futebolÃstico o fato de que, quem sabe caindo na real, o coxa repensa a vida e começa a falar menos e fazer mais.
Não, não vou torcer para que eles caiam, tampouco para que fiquem. Quero que o futebolzinho que eles têm apresentado fale por si só, e é o que vai acontecer. Minha vontade era até que o coxa permanecesse na primeira divisão desde que qualquer time do medÃocre futebol da cidade maravilhosa caÃsse, mas o sistema não deixa. Até o coxa sabe disso, uma vez que foi ?operado? em jogo contra um daqueles times. Eu não detesto ninguém, só acho que essa palhaçada de privilegiar a incompetência deve acabar.
Vamos às pérolas....
O presidente de uma agremiação paulista andou detonando o atleta Dagoberto. A começar pela forma como expôs o jogador, tive de relacionar o fato com as cores e o apelido do tal time e então concluà que não poderia sair nada de tão bom de lá. Vovó já dizia que quem desdenha quer comprar - e realmente isso parece uma tentativa infantil de barganha.
O garçom foi para o tricolor paulista. Chegando lá, fez aquela coisinha linda de prometer honrar as cores, beijou o escudo e mandou uma pérola já na largada: "Por mim, ficaria no São Paulo". No começo fiquei meio ofendida, mas quer saber? Vai com Deus!! Já tivemos experiências com jogadores que ficaram se achando e ao permanecerem no Atlético fizeram o maior corpo-mole. Quando finalmente conseguiram o que queriam, acabaram se perdendo.
Depois de empréstimos, vendas e dispensas, finalmente as primeiras grandes notÃcias para 2006. Ferreira e Dagoshow na Baixada!! Sem comentários, só frio na barriga ao pensar nas possibilidades para o próximo ano.
Diego de volta, que beleza. Outro dia uma torcedora atleticana bem lembrou que o Diego foi muito criticado pelas más atuações - das quais ninguém está livre - mas que poucos lembraram que ele já jogou gripado, com dor e pior, já jogou com filho na UTI neonatal. Quem já passou por isso, como eu, sabe a barra que é. Então, em um ano que para o Atlético poderia ser chamado de "superação", nada como o último jogo de 2005 na Kyocera Arena acontecer com ele no gol. Diego, seja bem vindo de volta ao seu lugar!
E neste domingo vou tranqüilamente ao meu estádio pela última vez em 2005 torcer para o time do meu coração, e só para ele. Tenho certeza que vai ser mais um espetáculo, tanto da torcida, quanto do time. A gente se encontra lá!
E quanto ao resto?
Bem, o resto é só o resto.
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