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Rogério Andrade
Rogério Andrade, 52 anos, é administrador. Atleticano de "berço", considera a inauguração da Arena da Baixada como o momento mais marcante do Atlético, ao ver um sonho acalentado por tantos anos tornar-se realidade.
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Não é pra qualquer um
14/11/2005
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Poderia utilizar o meu precioso tempo e destinar as linhas deste texto apenas ao Clube Atlético Paranaense. Nada mais normal ou natural, e até mais nobre. O fato é que a natureza das minhas inspirações chega lá de baixo, das trevas da segunda divisão.
Novamente vou bater nesta tecla, até mesmo porque está cada vez mais próxima a consolidação do nosso rival na divisão inferior do futebol nacional. Desta forma, não consigo, pelo menos hoje, escrever algo que não seja a queda livre do time dos pangarés.
Estive observando a partida de ontem, contra o Corinthians, virtual campeão brasileiro desta temporada. O time de Antonio Lopes simplesmente não existiu, apenas marcou, sem muito ânimo para vencer, mesmo apresentando uma superioridade técnica absurdamente maior. Mesmo andando em campo, o time paulista venceria o jogo, e nem o complexo bovino do zagueiro do time verde salvaria seu time da degola. Já dá pra se ter uma idéia da fraqueza do time verde.
Portanto, está mais do que provado que nada supera a técnica, mesmo quando a mesma não é levada à tona. E quando há deficiência técnica, não há achocolatado que dê jeito, e mesmo com entrada franca, conforme me referi outro dia, a nação verde, humilhada e pisoteada, voltaria para casa com um sorriso no rosto.
Menciono parte da história deste jogo de ontem para expor apenas um ponto de vista sobre a pergunta que está lançada, e que ganhou força com o passar do tempo. A pergunta é: “Você, como torcedor de um time do estado do Paraná, quer ver o Coritiba na segunda divisão?”.
Nada na história é escrito ou revelado por acaso. O time verde não vai cair por acaso. Três vitórias em quatro jogos, ou duas vitórias e mais uma combinação de resultados, é muito, muito mesmo para quem apenas viu os adversários passearem em sua frente. Esqueçam os mais otimistas e aqueles que desejam ver a permanência do Coritiba na divisão de elite em 2006. Praticamente impossível, mas ainda podemos levar em consideração que o futebol é feito também de milagres.
Simplifico minha resposta afirmando que o verde da capital na segunda divisão seria um “bem” para o futebol estadual. Primeiramente pela justiça e pela fraca administração do clube, digna de divisão inferior, e também porque de nada adianta juntar os cacos de um ano para entrar com a cabeça no próximo ano ainda tendo pesadelos com a série B. O Coritiba, caso consiga praticar um milagre, não fará outra coisa a não ser fugir do rebaixamento no próximo ano. E aí sim, milagres duplos não acontecem. Digo ainda que se quantidade fosse a representação ideal, o Rio de Janeiro seria o exemplo do futebol brasileiro.
Então que caiam já, que aprendam a ousar, que aprendam a administrar, que tenham um mínimo de inteligência e humildade, e que aprendam os verdes, definitivamente, que as conquistas do passado fazem parte de uma história, mas não sustentam o clube para o resto de sua vida. Que aprendam a respeitar, que aprendam a retirar a máscara do orgulho e que aprendam, acima de tudo, que estádio grande não ganha jogo, que tamanho não é documento, e que amor remendado sempre desfia.
Que aprendam, também, a olhar para o seu vizinho de uma maneira que lhes cabe, sem o rei na barriga, sem o jogo ganho, sem o salto alto de glórias. Que aprendam a conduzir e a planejar a arte do futebol, o qual ultimamente, não é para qualquer um.
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