Juarez Villela Filho

Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.

 

 

Um domingo qualquer

08/11/2005


Não era difícil fazê-lo feliz. Apegado à família, de jeito e fala simples vivia de bem com a vida. Sempre ia visitar seus irmãos, os pais e estava cercado de amigos.

Trabalhava e muito. E para cada um que encontrava dava o sorriso fácil e o tradicional “bom dia”. Não comia direito, mas sempre almoçava bem, apesar de já ter ouvido várias vezes que tinha que mudar um pouco seus hábitos. Como gosta de carne! Vai acabar engordando assim...

Apesar da vida liberta e sempre cercado de amigos que o fazem sair de casa em plena madrugada para curtir algum barzinho, era regrado e religioso. Uns achavam estranho ser tão correto em alguns pontos e tão “porra louca” em outros. Caseiro e festivo, preguiçoso mas não dispensava uma pelada com os amigos, relaxado mas muito organizado no trabalho.

E tinha uma qualidade única, que o fazia único perante outros: o atleticanismo. Não era daqueles de ficar falando o tempo todo do time do coração, mas quando era desafiado partia com tudo, cheio de argumentos, arranjando outros, mas nunca deixando que os adversários levassem vantagem.

Viaja muito para ver o time, conhece vários estádios e por lá fez alguns bons amigos. Mas também passou alguns apuros, mas nada que o faça desistir da idéia de continuar a seguir o que seu coração manda e depois se lembrar com boas risadas das aventuras para ver o “seu” Atlético.

Domingo foi mais uma vez ao jogo, com amigos, lá encontrou outros amigos, fazendo com que se convencesse definitivamente que ir à Baixada é muito mais do que ver um jogo de futebol: é ver, é ter amigos. É programa de amigo! Além de tudo, via as mulheres da Baixada. Ah, as mulheres da Arena! Por vezes pensava estar em outro lugar, não num estádio de futebol, mas logo lembrava que aqui é diferente. Principalmente aquela fanática loirinha, sempre com seu copo de cerveja e seus belos olhos claros atentos ao jogo.

Algumas cervejinhas, alegria e abraços nos gols, sorriso com a goleada, xingamentos ao adversário esverdeado. Não precisa muito, ele já estava feliz. Seu mundo é simples, a vida já é complicada, porque não simplificar as coisas então, pensava!

Depois que soube que o time ali de cima está à beira do precipício, deu aquele sorrisinho de canto de boca que os amigos já conhecem. Está um pouco mais feliz.

E segue a vida. Assim, tão simples e tão bonita.

ARREMATE

Esse personagem é um pouco você, um pouco seu vizinho, um pouco você mesmo atleticano, que viu mais do que um jogo de futebol, um baile, uma “tunda” do Atlético domingo. Viu a alegria de um povo, viu amigos.


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