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Sergio Surugi
Sergio Surugi de Siqueira, 66 anos, é Atleticano desde que nasceu. Neto de um dos fundadores, filho de um ex-presidente do Atlético, pai e avô de Atleticanos apaixonados, é doutor em Fisiologia e professor. Foi colunista da Furacao.com entre 2005 e 2009.
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Garfaram os coxas
01/11/2005
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Vi as imagens dos principais lances do jogo do Coritiba com o Flamengo e realmente não existe como negar que foi um roubo. De minha parte, não me aborreço com a derrota dos coxas, ao contrário, porém não posso deixar de lembrar das recentes falcatruas da CBF contra o Atlético.
No ano passado, a campanha partiu da imprensa, tentando prejudicar o Atlético na disputa do título com o Santos. Este ano, muito pior, os homens da CBF, através de seus vassalos paraguaios da Conmebol, tiraram o título da Libertadores das nossas mãos, levando aquele jogo absurdo para Porto Alegre.
De repente, me vejo incoerente ao ficar alegre com a alta e inglória choradeira, já que no passado recente eu pedia, neste mesmo espaço, pela união dos paranaenses na proteção das coisas do Paraná. Pensando melhor, já não estou mais tão contente com a derrota do Coritiba, na verdade continuo preocupado com o tratamento que é dado ao nosso Estado.
Outro dia, na final da etapa brasileira do Mundial de Vôlei de Praia, ao chamar jogador por jogador das duas duplas brasileiras que jogariam pelo título, o narrador foi fornecendo no ar os detalhes biográficos de cada um dos atletas. Isso até chegar no melhor deles, o atleticano Emannuel. Naquele momento o narrador simplesmente esqueceu de mencionar as raízes paranaenses do melhor jogador de vôlei de praia do mundo na atualidade.
Coincidência talvez, distração, sei lá, mas sempre acontece conosco. A realidade é que não somos respeitados e logo vem a pergunta: como chegamos neste ponto? É simples: se juntem ao Milton Neves para detonar o Atlético, candidato ao título nacional de 2004. Quando o Santos, time de São Paulo, enfim se tornar campeão, façam carreatas com buzinaço em plena Curitiba, capital e orgulho dos paranaenses. Denunciem ao STJD possíveis irregularidades com o registro de jogadores de times do mesmo Estado, mesmo que o jogador não tenha sido usado em confronto direto. Comprem picanha e cerveja para assistir à final da Libertadores com a camisa do São Paulo, não sem antes se colocarem à serviço daqueles que queriam tirar o primeiro jogo da decisão do melhor e mais seguro estádio do Brasil. Enalteçam o seu dirigente que declara desejar que o Atlético “se exploda”.
Esta é a receita para depois, não ao disputar um título, pois isso é privilégio dos maiores e melhores, mas ao lutar contra o Flamengo para escapar da segundona, sofrer na carne a carga de ser paranaense e ter que vencer a safadeza de quem nos ignora e nos falta com o respeito.
Se me perguntarem, nestas condições, se eu estou feliz com a “operação” executada por Wilson Mendonça, eu digo que não. Não posso aceitar que mais uma vez o Paraná seja humilhado. Aos coxas, um alerta: se a escolha ficar entre vocês e o Flamengo, podem ir preparando a excursão para Barra do Garças.
Quem avisa é alguém que tem sido roubado, mas não se conforma, não aceita e vai continuar pregando a rivalidade inteligente entre os times do Paraná. A mesma rivalidade que resistiu ao empréstimo gratuito de jogadores do Coritiba ao Atlético, representante do Paraná no Robertão de 69 e que continuou firme e forte no ano seguinte, quando o Atlético retribuiu, fornecendo jogadores para reforçar o rival, na defesa do futebol do Estado do Paraná.
Vou fazer a minha parte, expressando o meu voto oficial de repúdio contra a arbitragem de Wilson Souza de Mendonça no jogo Flamengo x Coritiba. Chega de roubarem o Paraná. Chegou o momento de cobrarmos o reconhecimento por aquilo que tímida, mas consistentemente, temos feito, em todas as áreas, pela grandeza do Brasil.
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