Marcel Costa

Marcel Ferreira da Costa, 45 anos, é advogado por vocação e atleticano por convicção. Freqüenta estádios, não só em Curitiba, quase sempre acompanhado de seu pai, outro fanático rubro-negro. Foi colunista da Furacao.com entre 2005 e 2008.

 

 

A quarta melhor

01/11/2005


Em 2005, por quantas vezes já ouvimos falar que o Atlético largou o Campeonato Brasileiro? Que nossas pretensões seriam a Libertadores da América, da qual fomos vice-campeões, e títulos em 2006. Eu mesmo, em colunas antigas, já escrevi que o planejamento deve ser feito visando uma temporada perfeita em 2006, buscando as conquistas da Copa do Brasil, Campeonato Brasileiro e do frágil Estadual.

Porém, não percebemos o quanto evoluímos nos últimos anos, após a revolução de 1995. A oitava colocação no Campeonato Brasileiro parece uma campanha média, não condizente com o tamanho do Atlético. De fato isso é verdade, mas apenas levando em conta as campanhas deste século.

De 1971 a 2000, último ano do século XX, o Atlético participou de 21 campeonatos nacionais, tendo como melhor campanha a quarta colocação em 1983. Mesmo a maioria entendendo que fomos terceiro, infelizmente o regulamento da competição previa que o time eliminado na semifinal, com a melhor campanha geral, ficaria em terceiro lugar. E no caso, o Atlético de Minas foi superior ao Furacão em pontos ganhos ao longo daquele Brasileirão.

Além da belíssima e empolgante campanha de 1983, destacam-se o oitavo lugar em 1996 e as nonas colocações de 1974 e 1999, esta última valorizada pela conseqüente conquista da Seletiva para a Libertadores, credenciando o rubro-negro paranaense à sua primeira disputa do tradicional interclubes sul-americano.

Assim, o Atlético de 2005 tem chance de marcar seu nome na história do clube, como a quarta melhor campanha em campeonatos brasileiros. Parece pouco e de fato é, mas terminando entre quinto e sétimo, nas estatísticas históricas, seria uma colocação pior apenas do que as memoráveis campanhas de 2001, 2004 e 1983.

No entanto, o Atlético é grande, sua torcida é ambiciosa, assim como a diretoria, e há muito não nos contentamos mais com uma quinta colocação, por exemplo. O rubro-negro entra sempre, em qualquer competição que dispute, para triunfar, ser campeão e assim fazer história. Deixemos campanhas “boas” para os times menores comemorarem, pois lutamos por títulos.

O texto serve apenas para lembrarmos o quanto crescemos e nos tornamos grandes. Hoje, ninguém se empolga com uma oitava colocação, mesmo sabendo que apenas três vezes fomos melhores do que isto. O Atlético está cada vez maior e sem percebermos nossas expectativas e exigências aumentaram, o que às vezes é até ruim, refletindo em certas atitudes da torcida, muito menos paciente e tolerante do que antes.


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