Ricardo Campelo

Ricardo de Oliveira Campelo, 45 anos, é advogado e atleticano desde o parto. Tem uma família inteira apaixonada pelo Atlético. Considera o dia 23/12/2001 o mais feliz de sua vida. Foi colunista da Furacao.com entre 2001 e 2011.

 

 

Ordem restabelecida

31/10/2005


Enfim, depois de 35 rodadas, a ordem está restabelecida na tabela de classificação do Campeonato Brasileiro. Mesmo tendo disputado pelo menos duas partidas com o time inteiro reserva, e de ter poupado jogadores em vários outros jogos, visando a Libertadores, o Atlético já é o time paranaense mais bem colocado no certame nacional. Não que isso fosse uma meta; nunca foi. É apenas uma conseqüência, um reflexo da hegemonia do maior time do estado.

Clássico

Evaristo resumiu bem: a vitória atleticana só não foi mais tranqüila em razão da fatalidade que culminou no gol do adversário, quando a bola desviou no gramado e traiu o goleiro Tiago Cardoso, que, como manda a regra, preparava-se para encaixar a bola, que caminhava quase rasteira. Não fosse também a má arbitragem de Márcio Rezende de Freitas, o Atlético teria vencido com mais facilidade.

O time jogou mais sério do que contra o Fluminense, embora tenha voltado a perder gols. Destaque para Finazzi, que mostrou ser o artilheiro clássico: desperdiça algumas chances, mas converte outras. Destaque também para Paulo André e Danilo, com bela atuação na zaga. O primeiro ainda teve ótima visão de jogo no segundo gol. Normalmente, a tática do “chutão” pra frente é pouco produtiva, mas Paulo André percebeu Finazzi se descolando da marcação e acertou um lançamento brilhante.

Dagoberto

O árbitro realmente esteve muito mal. Expulsou Dagoberto depois de este ter sofrido um pênalti que não foi marcado. Tudo bem, nota zero para Márcio Rezende. Mas Dagoberto também não teve um bom comportamento. Desde o começo do jogo, reclamava acintosamente com o árbitro, chamando as advertências. Mesmo no momento em que recebeu o amarelo, o atacante continuou argumentando com o juiz, deixando a torcida com pavor de ver o jogador atleticano expulso. O cartão vermelho não veio neste lance, mas o árbitro não engoliu a atitude do atleticano e certamente isto pesou no lance em que, mesmo erradamente, ele acabou mandando o camisa 11 para o chuveiro.

Dago é o maior ídolo da torcida atleticana, e queremos que continue sendo por bom tempo. Mas precisa repensar este seu comportamento. Até mesmo para não prejudicar o brilhante futuro que certamente terá no futebol mundial.

Tiago

Parece que o azar que muitos imputavam ao goleiro Diego acabou aterrisando sobre Tiago. O lance do gol do Paraná, ontem, foi o típico em que o goleiro é traído por uma fatalidade. E contra o Fluminense, acabou levando quatro gols sem falhar em nenhum e mostrando boa atuação, o que prova que o goleiro não pode e não deve ser culpado por todas as derrotas. Se a torcida estiver procurando um goleiro invencível, vai esperar eternamente.

Continuo achando que os gols que levou não o desabonam no quesito técnico. Foram mais por falta de sorte ou inexperiência. Mas justamente por isso, acredito que promover a volta de Diego e preservar um pouco Tiago seria a atitude mais acertada no momento.

Puro Sangue

Impregnado pelo sadismo muito bem descrito pelo colega Juliano Ribas em seu texto Humor negro, fico imaginando o que passa pela cabeça do presidente populista do Coritiba, Dr. Giovani Gionédis, que chamara Finazzi de pangaré, poucos meses atrás. Finazzi já tem dez gols do Brasileirão. O artilheiro do Coritiba na competição é Caio, com quatro. Renaldo, tirado a alto custo do Paraná Clube, tem três (um deles marcado pelo Paraná). Boa sorte com os pangarés, Giovani.

Seis pontos

O Atlético corre o risco de perder seis pontos no Brasileiro do ano que vem. Em outros termos: o Coritiba está cada vez mais perto do rebaixamento.


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