Bruno Rolim

Bruno Rolim, 42 anos, é bacharel de Turismo e jornalista. Filho de coxas, é a ovelha rubro-negra da família. Descobriu-se atleticano na final do Paranaense 90, com o gol do Berg. Foi colunista da Furacao.com entre 2002 e 2007.

 

 

2005: dá pra entender?

23/10/2005


E vencemos. A quinta consecutiva. Tenho que confessar que este ano de 2005 está sendo de emoções absolutas para nós, torcedores do Atlético. Não me recordo de ter visto um ano tão instável para o Furacão, desde que me faço por torcedor. Normalmente ou tínhamos anos ótimos (como 2001 e 2004, em que pese o campeonato perdido com a expulsão absurda de Vanderson), ou anos para se esquecer (1993, 1994 e o início de 1995). Agora, um ano como 2005 é único.

Relembrando: o ano começou com um desmanche da equipe que realizou a brilhante campanha de 2004. Esta reformulação é flagrante quando se observa o time atual do Atlético: apenas Dagoberto, Diego, Marcão e Alan Bahia estavam jogando ano passado. Quando o clube anunciou a contratação de um pacote de reforços, entre eles o panamenho Baloy, muitos duvidaram do êxito atleticano na Libertadores. Aliás, sendo extremamente honesto, quantos de nós acreditávamos que o time teria o sucesso que teve?

A estréia contra o Independiente de Medellín, muitos esperando uma derrota, pois os colombianos vinham de bons jogos pelo seu campeonato nacional, e o Atlético havia recém anunciado o técnico Casemiro Mior, "achado" (esse seria um termo mais adequado) no Nacional da Ilha da Madeira em Portugal. Um jogador que foi inscrito sem estar contratado pelo clube. Mas aquele empate reacendeu as esperanças da torcida. Uma vitória sofrida contra o Libertad e uma derrota para o America de Cali semeram uma certa insegurança nos torcedores.

Enquanto isso, o Campeonato Paranaense nos reservava cenas patéticas: com um preço de ingresso alto, o time fazendo apresentações sem convencer. Um empate contra o Império do Futebol, em uma partida absolutamente tosca, na Baixada. A incerteza era ainda grande. A bateria estava proibida. A torcida chiando contra o clube. Aí, os ares mudaram. Um jogador que vinha sido extremamente vaiado, Lima. A partida contra o America de Cali, e o gol da vitória, aos 44 do segundo tempo, marcado por ele. Mais uma surpresa: aquele que vinha sendo vaiado tendo seu nome gritado pela torcida.

Uma vitória contra o Libertad fora, e os ânimos aumentaram, a torcida estava extremamente confiante para a partida final contra o Independiente Medellín, na Arena. Aí, lá vai o Atlético jogar uma ducha de água fria na torcida, perdendo de forma humilhante, por 4 gols a zero. Mas, para maior espanto ainda, o America de Cali (que havia vencido suas primeiras três partidas) conseguiu a façanha de perder em casa para o eliminado Libertad. O Atlético estava classificado, e nem sua torcida acreditava.

A campanha no Brasileiro começou pífia. Uma ducha de água fria. Mas o Atlético da Libertadores animou novamente seus torcedores. Vitória sobre o Cerro Porteño (a bateria voltou!). Derrota ridícula para o Botafogo. Vitórias contra o Santos. Empates em casa contra Figueirense e Fortaleza. Vitória contra o Chivas. Derrota para o Brasiliense. Lanterna do Brasileiro. Finalista da Libertadores. Então surgiu o Atletiba do primeiro turno. Lanterna, jogando com um time reserva e sem atacantes. O que esperar? O Atlético venceu. A Libertadores, o contrário: a euforia caiu, com a goleada sofrida na final.

A recuperação. O Atlético subindo de forma vertiginosa até estancar na 15ª posição. A saída de Antonio Lopes, a vinda de Evaristo. E o Atlético, que parecia fadado a brigar para não cair, desandou a vencer novamente. Já estamos há cinco jogos sem saber o que é perder pontos. Entre os oito primeiros. Quem esperava isso? E o melhor: o que temos a esperar do Atlético para este ano? Não faço idéia!

E querem saber? Nem quero saber o que esperar. Mais do que alegrias ou tristezas, este Clube Atlético Paranaense está me trazendo verdadeiras emoções! O que seria ser rubro-negro sem as dificuldades? Melhor ser lanterna nas primeiras 10 rodadas e subir do que ficar entre os 10 primeiros no começo e depois brigar pelo rebaixamento!

Mulheres, e a alegria de ser atleticano!

Juliano Ribas, brilhante. Simplesmente brilhante. "O Atlético também é o time que mais conquista mulheres. É o Don Juan dos times da capital. Seduz as mulheres com sua alegria, vibração e charme. Com um lugar acolhedor, aconchegante, confortável, onde elas se sentem em casa. Protegidas, seguras, à vontade. Um lugar onde tudo está no lugar, limpo e organizado, como uma fêmea gosta. Que tem comidas e bebidas da melhor qualidade para servi-las. Todas elas vêm em grande número, as lindas, as maravilhosas, as belas, as feias, as velhas, as novas. Todas perfumando totalmente a Kyocera Arena e colorindo cada vez mais Curitiba de vermelho e preto. A pesquisa mostra: 51% da torcida atleticana é delas.". Dificilmente pensaria em algo melhor. Assim como o Atlético seduz as mulheres, as torcedoras do Atlético seduzem aqueles que assistem às partidas na Arena. Um espetáculo maravilhoso. Temos maioria feminina em nossa torcida, e temos que nos orgulhar disso! Deixo aqui minhas felicitações para todas vocês, que abrilhantam nossas partidas, e ajudam a espalhar a imagem do Atlético para o Brasil inteiro! A melhor, e mais bela, torcida feminina do mundo! Nada mais adequado para o melhor time do mundo!

Para os torcedores mais novos do Atlético

Recomendo a leitura da brilhante coluna de André, Pequeno manual de tosquêira atleticana. Resume muito do que penso. Aquele Atlético de jogadores mambembes nos faz dar valor para o que temos hoje. Ainda espero mais lembranças, em suas futuras colunas!

Cumpra seu dever de cidadão!

Seja pelo sim, seja pelo não, faça sua parte e não deixe de votar! E vote com consciência!

No fone de ouvido: Metallica - Master of Puppets

Saudações rubro-negras!


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