Marcel Costa

Marcel Ferreira da Costa, 45 anos, é advogado por vocação e atleticano por convicção. Freqüenta estádios, não só em Curitiba, quase sempre acompanhado de seu pai, outro fanático rubro-negro. Foi colunista da Furacao.com entre 2005 e 2008.

 

 

A base de 2006

21/10/2005


Os bons times de futebol raramente são montados às pressas, sem planejamento anterior ou um projeto para o futuro. No Atlético dos últimos anos, sempre foi assim. Em 1998 contratamos Adriano, Kelly e Lucas. Com a chegada de Kleber no início de 1999, construía-se o famoso quadrado mágico que meses depois conquistaria a Seletiva e credenciaria o Furacão à Libertadores da América pela primeira vez em sua história. No ano seguinte, o time fez boa campanha no torneio intercontinental, mas caiu na loteria dos pênaltis. No segundo semestre, chegou o lateral Alessandro e os pratas da casa Kleberson e Fabiano assumiram de vez a titularidade. Gustavo já era uma realidade, mas precisava de bons companheiros de zaga, então foram contratados, em 2001, Nem e Rogério Corrêa. No ataque veio Alex Mineiro e para reforçar o meio foi contratado o experiente Souza. Formava-se a base do time campeão brasileiro de 2001.

A história se repetiu em 2003 e início de 2004, quando o Atlético amargou um jejum de títulos, mas formou uma base para o Brasileiro. No final de 2003 foram revelados Jadson e Fernandinho. Com eles, apostou-se em Washington, uma incógnita por causa de problemas cardíacos. Dagoberto já arrebentava no clube e na seleção e era considerado uma das maiores revelações do futebol brasileiro. Alan Bahia subiu da base e conquistou uma posição de titular e, para o gol, trouxeram Diego, no Paranaense de 2003, respaldado pela ótima fase que vivia no Juventude e a Bola de Prata conquistada em 2002. No começo de 2004, retornou ao clube o polivalente Fabiano e foram contratados Marcão e Marinho, que juntos de Rogério Correa formaram o sistema defensivo do time vice-campeão brasileiro de 2004. Não fosse a contusão de Dagoberto e novamente o planejamento faria do Atlético campeão nacional.

Este ano, a diretoria foi muito criticada por não manter a base do time vencedor de 2004 na Libertadores. Mas futebol não é uma ciência exata e na base da empolgação e com uma pitada de sorte, o clube chegou à final do torneio continental. Foram três técnicos durante o torneio, o time titular sofreu diversas alterações, mas o Atlético chegou. Por isso disse no início que raramente este modelo dá certo, mas de vez em quando pode dar resultados. Para 2006, no entanto, a história é diferente. Assim como nos anos anteriores em que tivemos sucesso, uma base está sendo montada. E arrisco dizer que a mais forte delas. Não sou vidente para apostar em título nacional, mas creio que estamos no caminho certo para isto.

Em 2005, contratamos dois excelentes zagueiros, Paulo André e Danilo. Jovens, mas seguros, esbanjando tranqüilidade e sempre bem colocados. No gol, não sei se Diego permanece, mas ele, Tiago ou Cleber, atualmente brilhando no Santa Cruz, por empréstimo, têm alto nível técnico e defenderão bem a meta atleticana. Na lateral direita, Jancarlos evoluiu demais e com seus passes e cobrança de falta precisa, encantou o torcedor e firmou-se como um dos melhores nesta posição no futebol brasileiro. Na lateral esquerda, Michel Bastos faz história no Figueirense. Se mantiver este nível no Atlético, será uma bela opção para a carente posição, hoje ocupada por Marcão, mais por improviso, pois este é um bom zagueiro. No meio, os jovens Alan Bahia, Douglas, Ticão e o contratado Cristian são bons jogadores, enquanto que Evandro, Ferreira e Lima são ótimos armadores, além de Fabrício que retornará de contusão. No ataque as opções são variadas, desde o craque Dagoberto, aos matadores Aloísio, Finazzi e Schumacher, as revelações Anderson Aquino e Ricardinho, bem como o agora instável Denis Marques.

Com alguns reforços para qualificar o elenco, ouso dizer que o Atlético de 2006 será muito forte e entrará nas competições para vencer. Tenho certeza de que a diretoria sabe disso e não medirá esforços para manter os principais jogadores, com o objetivo de voltar a conquistar o Brasil e a irritar aqueles que invejam nosso sucesso. Enquanto 2006 não vem, vamos curtir a boa fase do time que, com a volta de Dagoberto e a chegada de Evaristo de Macedo, vem atropelando todos que arriscam encarar este Furacão.


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