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Rogério Andrade
Rogério Andrade, 52 anos, é administrador. Atleticano de "berço", considera a inauguração da Arena da Baixada como o momento mais marcante do Atlético, ao ver um sonho acalentado por tantos anos tornar-se realidade.
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Por motivos pessoais estive longe do Atlético no clássico regional. Voltei no tempo e sofri como nas décadas de 80 ou 90. Não tive a oportunidade de assistir o clássico e o que me restou foi o bom e velho companheiro "radinho de pilha". Que sofrimento! Pelo mesmo motivo, novamente neste final de semana que se aproxima, estarei com o Atlético apenas no coração, mais uma vez atento na narração e criando a imaginação através das ondas de rádio.
O fato é que estou de casa nova, realizando um dos meus sonhos que guardo há tantos e tantos anos. Agora é pra valer, portanto, o término da construção, ainda sem instalações, me prende ao trabalho e me impede de acompanhar, pelo menos por enquanto, o Atlético de perto. Entre uma pintura, uma telha e uma janela, continuo sonhando, admirando e comparando as obras da vida.
Somente quando colocamos os primeiros tijolos e quando as paredes começam a subir, temos a exata sensação de que algo muito bom está para acontecer. Até então era tudo ilusão, um plano de quem sabe um dia, sair do papel.
Lembram do quanto sonhamos para um dia fazermos uma "reforma" na Baixada? Que é isso, a velha Baixada era linda, pura magia! Será que ficaria a mesma coisa se tudo fosse derrubado e a história fosse refeita? Até que alguém "descesse" a marreta no primeiro bloco de concreto, tudo era uma fantasia, algo acalentado por muitos e muitos anos, fruto da nossa imaginação e dos nossos sonhos.
Sonhos que precisam e devem ser concretizados. Todos os que tivermos! E nasceu a bela, a linda e grandiosa Arena da Baixada. Atleticanos ficaram mais unidos do que nunca, como irmãos mesmo e como se todos estivessem construindo o próprio lar. Cada material oferecido pelos próprios proprietários, ou torcedores do Atlético, era mais um pedaço de um artigo imenso de concreto a ser levantado.
A última porta foi colocada e a chave abriu a morada dos corações atleticanos no dia 24 de junho de 1999. Um dia inesquecÃvel, uma noite histórica em que poucos atleticanos conseguiram dormir.
Sei qual é a sensação de um "recomeço". Sei onde o Atlético morou, sei por onde se hospedou, o quanto sofreu, e tive o privilégio de poder valorizar uma casa nova, onde uma nova história a cada dia é escrita.
Portanto, peço desculpas ao meu time do coração por essa distância que vai permanecer por mais um final de semana. Também preciso recomeçar, também preciso concretizar um sonho e também preciso abrir uma nova porta para uma nova realidade.
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