Rogério Andrade

Rogério Andrade, 52 anos, é administrador. Atleticano de "berço", considera a inauguração da Arena da Baixada como o momento mais marcante do Atlético, ao ver um sonho acalentado por tantos anos tornar-se realidade.

 

 

Como é bom!

16/10/2005


Hoje, especialmente hoje, tenho um compromisso com a gigante, vibrante e apaixonada torcida atleticana. Ontem foi um dia muito importante para a nossa história, pudemos perceber em cada rosto rubro-negro um semblante mais do que legítimo de alegria, bem estar e prazer. Muito prazer!

O Atlético venceu o clássico. Ah, e como é bom ganhar dos verdes! Já vinhamos de vitória desde o início da semana passada, e em minha coluna entitulada “Começa o Clássico”, eu já previa que a falta de humildade e desrespeito ao adversário poderia custar caro ao nosso adversário. E custou!

O que se viu neste sábado, o que se viu desde o início da semana e todos os fatores que envolveram o clássico, são apenas algumas provas de que a superioridade vermelha e preta é infinita. Definitivamente, não há mais o que se falar sobre isto. E não somos apenas nós, torcedores atleticanos, que assumimos esta posição. Todos, principalmente o nosso adversário, que um dia já foi o nosso grande rival, hoje já tomou essa consciência e já entendeu quem pode mais. A prova disso eles mesmos nos oferecem. Basta verificar qual foi o público total ontem no estádio remendado e todos nós podemos perceber a descrença de um povo que está vendo o seu clube ser aos poucos exterminado. Tamanha é a falta de vontade de apoiar o time e tamanha é a vergonha em torcer para um clube em decadência, que tudo nos leva a acreditar que mesmo com entrada “franca”, o único espaço a estar lotado seria o espaço do vencedor do atletiba. Aliás, parabéns torcida atleticana que ontem fez estremecer o rachadão.

Ainda bem que não precisamos disso! Nossa média de torcedores fiéis e que empurram o Atlético sempre para a vitória em nosso templo sagrado não vem sendo abaixo de doze mil torcedores, seja contra Flamengo, seja contra Corinthians, contra Brasiliense ou mesmo contra o fraquinho Coritiba. Sem Nescau mas com muita energia, sem apelos de dirigentes mas com muita vibração, o atleticano não vai ao seu estádio por um ou dois motivos. Vai porque é um apaixonado e sente a necessidade de estar próximo ao seu time, vai porque sabe exatamente o significado da palavra “união”.

E volto a falar sobre o compromisso que tenho hoje com a torcida atleticana. Tenho o dever, acima de tudo, de parabenizar a todos os que fazem parte da família atleticana, e que hoje estão muito orgulhosos do Clube Atlético Paranaense. Novas gerações estão surgindo e naturalmente o Atlético vem somando forças para se tornar, dentro de apenas alguns anos, o melhor time do país. E o mais importante, tudo de uma maneira bastante natural, pois quando um clube alia talento, estrutura, planejamento, união e humildade, não pode ser diferente.

Grandes atleticanos, comemorem! Temos a melhor, a maior e a mais vibrante torcida! Temos um estádio, que mesmo ainda incompleto (por pouco tempo para desespero dos rivais), está muito, mas muito a frente daquilo que eles chamam de monumento. Nós abrimos o olho há mais de 10 anos. Os olhos deles continuam admirando um amontoado de tijolos e remendos. Olhos de um clube que está à beira de amargar uma merecida segunda divisão. E que de lá não voltem nunca mais para ficar entre os grandes do futebol brasileiro.

Sorria atleticano! Como é bom ganhar dos coxas!


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