Ricardo Campelo

Ricardo de Oliveira Campelo, 45 anos, é advogado e atleticano desde o parto. Tem uma família inteira apaixonada pelo Atlético. Considera o dia 23/12/2001 o mais feliz de sua vida. Foi colunista da Furacao.com entre 2001 e 2011.

 

 

Nova fase

13/10/2005


Evaristo chegou. E com ele, veio a alegria que devolveu aos jogadores vontade de trabalhar. Em seus três primeiros jogos, Evaristo conseguiu o que com Lopes só ocorreu uma vez: três vitórias em seqüência. O Atlético já está na zona de classificação para a Sul-americana, vê o fantasma do rebaixamento se distanciar um pouco, e o torcedor já fica com aquela coceira para sonhar com uma vaga para a Libertadores.

A distância na classificação é que desencoraja um tanto. Em oitavo lugar, o Atlético vê o Santos em sétimo com seis pontos à sua frente, e um jogo a mais para disputar. Para a zona de classificação para a Libertadores, a distância é na casa dos dez pontos, diferença considerável, tendo em vista que restam apenas onze rodadas.

Já penso em 2006. Mantendo boa parte deste elenco, e com algumas contratações, o Atlético deve voltar à sua rotina de disputar títulos de grande porte. O importante é saber que a fase de derrotas ficou para trás. E que o clube só não alçou vôos maiores neste Brasileiro por ter passado boa parte do torneio focado na Copa Libertadores.

Quarteto?

Evandro, Ferreira, Aloísio, Lima e Dagoberto. Cinco jogadores para quatro posições. Assim como Parreira, na Seleção, o treinador atleticano tem aqui seus motivos para quebrar a cabeça. Cada um tem suas qualidades. Aloísio, tal como Adriano, é "imexível", na minha opinião. É o mais singular dos jogadores pela sua característica de trabalhar dentro da área não só na conclusão como na criação de jogadas, mesmo de costas para o gol. Dagoberto dispensa comentários. É acima da média e também tem lugar garantido. Lima tem a seu favor a possibilidade de jogar tanto no ataque quanto no meio, e o oportunismo que resultou em dois gols na última partida. Evandro, que vinha atuando um pouco abaixo das expectativas, desencantou também contra o Brasiliense e teve ótima atuação. E Ferreira, antes de partir para a Seleção Colombiana, vinha carregando o time nas costas.

E agora, Evaristo? Confesso que minha primeira idéia seria deixar Lima no banco. Mas para esse Atletiba, e, tendo Lima a estrela que tem para fazer gols importantes, simplesmente não tem como. Assim como na Seleção, acho que vai sobrar para quem está "chegando depois". Robinho ficou no banco por ter "surgido" depois. E Ferreira, que estava na seleção colombiana e não participou das últimas duas vitórias, pode perder a vaga no Atlético. Para a próxima partida, talvez seja realmente a melhor das alternativas. A sua principal qualidade, que é a velocidade, o Atlético terá com Dagoberto. E, caso qualquer coisa dê errada no primeiro tempo, Ferreira é nome certo para entrar no segundo, impor seu jogo e fazer o Atlético vencedor.


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