Rogério Andrade

Rogério Andrade, 52 anos, é administrador. Atleticano de "berço", considera a inauguração da Arena da Baixada como o momento mais marcante do Atlético, ao ver um sonho acalentado por tantos anos tornar-se realidade.

 

 

A tréplica

11/10/2005


Discussão em futebol nunca é saudável, não nos traz benefícios e muito menos lucro. Acusações ou críticas destrutivas também não contribuem para o bem do esporte, ainda mais quando exercidas por dois lados da mesma torcida.

Venho aqui para registrar algumas questões importantes e novamente palavras de cunho pessoal detonadas diretamente ao goleiro Diego pelo colunista Augusto Mafuz. O colunista, dentro de seu direito de resposta, percebeu a brecha e defendeu seu nome, como qualquer pessoa o faria. A publicação do trecho na entrevista com o goleiro, colocando em dúvida o nome do colunista é que não deveria dar margens ao episódio.

Portanto, não há do que se reclamar deste fato, mas palavras sem moderação utilizadas pelo colunista também não poderiam ter sido ditas. Se alguns trechos de sua coluna de hoje são opiniões pesadas e pessoais, deveria ter guardado para si. Essa é a minha opinião!

Dizer que Diego é velho em propostas de vida é no mínimo ter o objetivo de magoar a pessoalidade de alguém, seja este alguém o próprio Diego ou qualquer ser humano. O mais cruel de tudo é achar que agora, somente agora Diego vive apenas de palavras e não de defesas. Errado, Diego vive de palavras e de seu profissionalismo, do qual as defesas fazem parte. Se há algo negativo rondando a fase de Diego, não temos obrigação de puni-lo, como bons atleticanos que somos, mas sim ajudá-lo a entender que as críticas fazem parte da vida, assim como Diego, querendo ou não os mais críticos, já escreveu seu nome na história do Atlético.

Também já tive minhas dúvidas quanto ao objetivo do nosso presidente Mário Celso Petraglia, não economizei verbos, pois como bom torcedor, quero o melhor para o meu clube. Tive que me penitenciar e fazer com que a minha humildade pudesse prevalecer, entendendo que as benfeitorias que Petraglia fez e faz pelo Atlético, são muito mais valiosas e superam toda e qualquer crítica. Impossível um atleticano, ao ver em que o Atlético se transformou, não achar que Mario é, sem dúvida, o maior entre todos os que por aqui passaram. Diego também tem essa opinião, talvez por adorar tanto o Atlético.

Sempre me senti envolvido pelas boas colocações e belas escritas do colunista atleticano Augusto Mafuz. Na verdade, Mafuz sempre nos presenteou com belos textos e com coisas que o torcedor gosta de ler. Mas é difícil e muito dolorido ler Mafuz chamar Diego de “perdedor”. Puxa vida, acho que com isso todos nós perdemos um pouco das alegrias em ler os seus textos. O colunista, como bom crítico, assim como os demais veículos da mídia, localiza alguns fatos como sendo cruciais, e coloca a cabeça de Diego como a principal causa da derrota, citando a tragédia de Erechim e o vice-campeonato da Libertadores.

Incrível, mas quanto ao Beira-Rio e Morumbi, dificilmente vemos citado o nome do zagueiro Durval, o qual também por infelicidades do futebol, teve participação direta nos cinco gols sofridos pelo Atlético nas duas partidas da decisão. Diego é goleiro, alvo certo para críticas, fama de marketeiro e bom moço, tentando conquistar o espaço com aparências e jogador que vive de palavras. Que barbaridade!

Quanto à dignidade da vida jornalística de Mafuz, não há o que se contestar. Ele nem precisaria ter dito isto em sua coluna. Não temos dúvida alguma e disso ninguém duvida. E quanto ao profissionalismo e capacidade técnica de Diego, também não há dúvidas. Se há algo que o bom moço, que une o útil ao agradável, que trabalha com as palavras e com as defesas, não irá esquecer, não será o nome dessa ou daquela pessoa. Tenho certeza que Diego não esquecerá nunca a torcida do Atlético! E tenho a impressão de que este é o grande motivo da harmonia que Diego criou com o Atlético e com o clube. Isso não é coisa para marketeiro, é coisa para quem valoriza o próximo, que neste caso, é o torcedor.

Gostaria muito que o colunista Augusto Mafuz deixasse de lado as críticas pessoais e voltasse a ser o bom, o velho e o apaixonado atleticano. Aposto como seria muito melhor.


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